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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 6 • 261<br />

e amaldiçoada liberda<strong>de</strong>, a qual triunfa em nossa <strong>de</strong>struição com<br />

uma <strong>de</strong>senfreada e impetuosa violência.<br />

21. Que frutos colhestes? Ele po<strong>de</strong>ria ter expresso seu significado<br />

com mais força apenas apelando à consciência <strong>de</strong>les, bem como<br />

confessando a vergonha que sentia, como se estivesse na própria<br />

pessoa <strong>de</strong>les. Tão logo os fiéis começam a receber a iluminação do<br />

Espírito <strong>de</strong> Cristo e a pregação do evangelho, também espontaneamente<br />

reconhecem que toda sua vida pregressa, a qual viveram<br />

sem Cristo, é <strong>de</strong> fato digna <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação. Em vez <strong>de</strong> tentarem<br />

<strong>de</strong>sculpar-se, na verda<strong>de</strong> execram a si mesmos. Na verda<strong>de</strong> vão ainda<br />

mais longe, ou seja: sentem em suas mentes contínua <strong>de</strong>sdita, <strong>de</strong> tal<br />

modo que, envergonhados e confusos, sincera e voluntariamente se<br />

humilham diante <strong>de</strong> Deus.<br />

As palavras, agora vos envergonhais, são mui importantes. Quão<br />

cego é o amor próprio que nos aflige quando nos achamos tão enredados<br />

nas trevas <strong>de</strong> nossos pecados que <strong>de</strong>ixamos <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />

a extensão da impureza que está em nós! A luz do Senhor é a única<br />

que po<strong>de</strong> abrir nossos olhos para a contemplação da imundícia que<br />

se acha oculta em nossa carne. Somente aqueles, pois, que hajam<br />

atentamente aprendido a viver profundamente insatisfeitos consigo<br />

mesmos, e se vêem confusos e envergonhados à vista <strong>de</strong> sua miséria,<br />

é que se conscientizam dos princípios da filosofia cristã.<br />

Porque o fim <strong>de</strong>las é a morte. Paulo, finalmente, mostra ainda<br />

mais claramente, à luz do que se segue, o quanto os crentes <strong>de</strong>vem<br />

sentir-se envergonhados ao enten<strong>de</strong>rem como viveram tão próximos<br />

da <strong>de</strong>struição, e na própria câmara da morte. Na verda<strong>de</strong>, já<br />

teriam entrado pelos portões da morte, não tivessem sido puxados<br />

pela mercê divina.<br />

22. Ten<strong>de</strong>s vosso fruto para a santificação. Paulo já havia dito<br />

que o pecado traz duas conseqüências. Agora também afirma que<br />

o mesmo se dá com a justiça. O pecado, nesta vida, produz em<br />

nós o tormento <strong>de</strong> uma má consciência, e, após esta vida, nos traz<br />

morte eterna. Quanto à justiça, ajuntamos os frutos que ela produz

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