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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 15 • 577<br />

27. E inclusive lhes são <strong>de</strong>vedores. É perfeitamente óbvio que<br />

a obrigação referida aqui é mencionada não tanto por causa dos<br />

coríntios, mas dos próprios romanos, porquanto os coríntios e os<br />

macedônios não tinham maior obrigação para com os ju<strong>de</strong>us do que<br />

os romanos. Ele também fornece a razão para a obrigação, a qual<br />

consistia em que haviam recebido o evangelho dos ju<strong>de</strong>us. Ele extrai<br />

seu argumento <strong>de</strong> uma comparação do menor para o maior. Ele usa<br />

o mesmo argumento também em 1 Coríntios 9.11, quando diz que<br />

não lhes <strong>de</strong>veria parecer injusto ou difícil trocar coisas carnais, que<br />

são do menor valor, por coisas espirituais. Ele nos mostra o valor<br />

do evangelho ao <strong>de</strong>clarar que os romanos estavam endividados, não<br />

só para com seu ministério, mas também para com a nação judaica,<br />

<strong>de</strong> cujo seio vieram estes ministros.<br />

É mister que notemos o verbo λειτουργη̑σαι, ministrar. Significa<br />

<strong>de</strong>sempenhar um <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>signado pelo estado e suportar as responsabilida<strong>de</strong>s<br />

impostas por alguém. Às vezes se refere também à<br />

realização <strong>de</strong> ritos sagrados. Paulo, estou plenamente certo, está se<br />

referindo a algum tipo <strong>de</strong> sacrifício feito pelos crentes, quando dão<br />

<strong>de</strong> sua própria subsistência para mitigar a pobreza <strong>de</strong> seus irmãos.<br />

Ao quitarem uma dívida <strong>de</strong> amor, à qual se achavam penhorados,<br />

oferecem a Deus, ao mesmo tempo, um sacrifício <strong>de</strong> aroma suave.<br />

Nesta passagem, contudo, Paulo se referia estritamente ao direito<br />

mútuo <strong>de</strong> compensação que já notamos acima.<br />

28. Havendo-lhes selado este fruto. Estou disposto a aceitar<br />

que esta é uma alusão ao antigo costume <strong>de</strong> proteger por meio <strong>de</strong><br />

selos o que se <strong>de</strong>sejava fosse mantido em segurança. Paulo, assim,<br />

realça sua própria fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e integrida<strong>de</strong>. Deveria honestamente<br />

guardar o dinheiro a ele confiado, como se o transportasse sob um<br />

selo. 19 Pelo termo fruto parece que queria <strong>de</strong>notar o crescimento<br />

19 Mais satisfatória é a explicação <strong>de</strong> Stuart. Diz ele que a palavra ‘selou’ significa que o instrumento<br />

a que se aplica um selo é autenticado, validado, isto é, “seguro correspon<strong>de</strong>nte<br />

do propósito pretendido. Assim aqui o apóstolo não se <strong>de</strong>teve no <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>ver quanto às esmolas das igrejas, até que viu completada a distribuição real <strong>de</strong> sua<br />

carida<strong>de</strong>.” Parece, pois, que ‘selou’, aqui, significa ‘assegurou’ ou comunicou segurança.

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