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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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52 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

munificência, nos tomou em sua graça e amor; (2) ele nos chamou; (3)<br />

e nos chamou para a santida<strong>de</strong>. Todavia, esta excelentíssima honra só<br />

será finalmente nossa no caso <strong>de</strong> não negligenciarmos nossa vocação.<br />

Existe aqui uma verda<strong>de</strong> mui profunda à qual farei uma breve<br />

referência e <strong>de</strong>ixarei o restante à consi<strong>de</strong>ração dos leitores individualmente.<br />

Nossa salvação, segundo Paulo, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> nosso próprio<br />

po<strong>de</strong>r, mas <strong>de</strong>riva-se inteiramente da fonte do gracioso e paternal amor<br />

<strong>de</strong> Deus para conosco. O fato primordial é este: Deus nos ama. Não existe<br />

nenhuma outra razão para seu amor senão sua própria e absoluta<br />

benevolência. Disso <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também sua vocação, por meio da qual,<br />

em seu <strong>de</strong>vido tempo, ele sela sua adoção naqueles a quem graciosamente<br />

e <strong>de</strong> antemão elegeu. Deduzimos, pois, <strong>de</strong>sta ação que ninguém<br />

po<strong>de</strong> <strong>de</strong> fato e <strong>de</strong> verda<strong>de</strong> ser incluído no número dos fiéis a não ser que<br />

possua a certeza <strong>de</strong> que Deus o ama, ainda que não seja merecedor, por<br />

ser um miserável pecador, e que aspire a santida<strong>de</strong> mediante o estímulo<br />

da benevolência divina, “pois Deus não nos chamou para a impureza, e,<br />

sim, para a santificação” [1Ts 4.7]. Visto que o grego po<strong>de</strong> ser traduzido<br />

na segunda pessoa, não vejo nenhuma razão para mudá-lo.<br />

Graça a vós e paz. É uma bênção muitíssimo <strong>de</strong>sejável ter Deus<br />

a nosso favor. Isso é o que ‘graça’ significa. É também uma bênção<br />

inefável ter sucesso e prosperida<strong>de</strong>, fluindo <strong>de</strong> Deus, em todos nossos<br />

negócios. Isso é o que ‘paz’ significa. Se Deus fica irado, ainda que tudo<br />

nos pareça favorável, nossa própria bênção é convertida em maldição.<br />

O favor divino, pois, é o próprio fundamento <strong>de</strong> nossa felicida<strong>de</strong>, por<br />

meio da qual <strong>de</strong>sfrutamos genuína e sólida prosperida<strong>de</strong>, e pela qual<br />

também nossa salvação é promovida, ainda quando vivamos em meio<br />

a adversida<strong>de</strong>s. 15 Visto que Paulo ora pela paz do Senhor, <strong>de</strong>vemos<br />

enten<strong>de</strong>r que qualquer bênção que porventura nos advenha é mero<br />

fruto da munificência divina. Devemos observar também que, ao mesmo<br />

tempo, ele ora ao Senhor Jesus Cristo por essas bênçãos. Nosso<br />

15 Os gregos e romanos antigos”, diz Turrettin, “<strong>de</strong>sejavam àqueles a quem escreviam, na<br />

inscrição <strong>de</strong> suas epístolas, saú<strong>de</strong>, alegria, felicida<strong>de</strong>; Paulo, porém, ora por bênçãos muito<br />

mais elevadas, sim, o próprio favor <strong>de</strong> Deus, a fonte <strong>de</strong> todas as coisas boas e da paz,<br />

na qual os hebreus incluíam todas as bênçãos.”

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