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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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382 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

14. Que diremos, pois? Há injustiça da<br />

parte <strong>de</strong> Deus? De modo nenhum.<br />

15. Pois ele diz a Moisés: Terei misericórdia<br />

<strong>de</strong> quem me aprouver ter<br />

misericórdia,<br />

16. e compa<strong>de</strong>cer-me-ei <strong>de</strong> quem me<br />

aprouver ter compaixão.<br />

17. Assim, pois, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />

quer, ou <strong>de</strong> quem corre, mas <strong>de</strong><br />

usar Deus sua misericórdia. Porque<br />

a Escritura diz a Faraó: Com este<br />

mesmo propósito te levantei, para<br />

mostrar em ti meu po<strong>de</strong>r, e para que<br />

meu nome seja publicado por toda<br />

a terra.<br />

18. Por isso, ele tem misericórdia <strong>de</strong><br />

quem quer, e a quem quer endurece.<br />

14. Quid ergo dicemus? num injustitia<br />

est apud Deum? Absit:<br />

15. Moses enim dicit, Miserebor cujus<br />

miserebor, et miserebor quem miseratus<br />

fuero.<br />

16. Ergo non volentis neque currentis,<br />

sed miserentis est Dei.<br />

17. Dicit enim Scriptura Pharaoni, In<br />

hoc ipsum excitavi te, ut ostendam<br />

in te potentiam meam, et ut prædicetur<br />

nomen meum in universa<br />

terra.<br />

18. Ergo cujus vult miseretur, et quem<br />

vult indurat.<br />

14. Que diremos, pois? A carne não po<strong>de</strong> ouvir a sabedoria divina<br />

sem sentir-se profundamente perturbada com perguntas perplexivas<br />

e sem se fatigar pedindo que Deus lhe dê explicação. Daí <strong>de</strong>pararmo-nos<br />

com o apóstolo – toda vez que trata <strong>de</strong> algum mistério mui<br />

elevado – a respon<strong>de</strong>r aos muitos absurdos com os quais, sabia ele,<br />

a mente humana vive ocupada. O ser humano tropeça em muitas<br />

e mesquinhas dificulda<strong>de</strong>s, principalmente quando ouvem o que a<br />

Escritura ensina acerca da pre<strong>de</strong>stinação.<br />

A pre<strong>de</strong>stinação divina constitui realmente um labirinto do qual<br />

a mente humana é completamente incapaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>sembaraçar-se. Mas<br />

a curiosida<strong>de</strong> humana é tão insistente que, quanto mais perigoso é<br />

um assunto, tanto mais ousadamente ela se precipita para ele. Daí,<br />

quando a pre<strong>de</strong>stinação se acha em discussão, visto que o indivíduo<br />

não po<strong>de</strong> conter-se <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados limites, imediatamente,<br />

pois, mergulha nas profun<strong>de</strong>zas do oceano <strong>de</strong> sua impetuosida<strong>de</strong>.<br />

Que remédio, pois, haverá para a mente pia? Deve ela evitar toda<br />

e qualquer expressão sobre a pre<strong>de</strong>stinação? De forma alguma. Já<br />

que o Espírito Santo não nos ensinou outra coisa senão o que visa a

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