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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 9 • 401<br />

distinção <strong>de</strong> nacionalida<strong>de</strong>. Caso nós <strong>de</strong>scendamos dos gentios, tal<br />

fato não impe<strong>de</strong> a Deus <strong>de</strong> nos chamar. Evi<strong>de</strong>ntemente, os gentios<br />

não são <strong>de</strong> forma alguma excluídos do reino <strong>de</strong> Deus e do pacto da<br />

eterna salvação.<br />

25. Assim como também diz em Oséias. 28 Ele agora mostra que<br />

a vocação dos gentios não po<strong>de</strong> causar estranheza, visto que <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

muito fora predita pelos profetas. O significado é claro, porém há<br />

certa dificulda<strong>de</strong> na aplicação da profecia, pois não se po<strong>de</strong> negar<br />

que, na passagem citada, o profeta está se referindo aos israelitas.<br />

Ofendido por seus crimes, o Senhor <strong>de</strong>clara que não mais são seu<br />

povo. Em seguida, afirma em tom <strong>de</strong> consolo que fará amado àqueles<br />

que não eram amados; e fará seu povo àqueles que não eram seu<br />

povo. Paulo se diligencia por aplicar esta profecia aos gentios, a qual<br />

é explicitamente en<strong>de</strong>reçada aos ju<strong>de</strong>us.<br />

Os comentaristas que até agora têm apresentado a melhor explicação<br />

<strong>de</strong>sta dificulda<strong>de</strong> afirmam que Paulo tencionava argumentar<br />

assim: “Aquilo que po<strong>de</strong>ria parecer um impedimento para que os<br />

gentios fossem excluídos da salvação, estava também presente entre<br />

os ju<strong>de</strong>us. Do mesmo modo que outrora Deus recebeu em seu favor<br />

os ju<strong>de</strong>us, a quem ele rejeitou e exilou, também agora ele exibe a mesma<br />

benevolência para com os gentios”. Ainda que esta interpretação<br />

seja endossada, parece-me um pouco forçada. O leitor <strong>de</strong>ve refletir<br />

se não seria mais a<strong>de</strong>quado consi<strong>de</strong>rar a consolação oferecida pelo<br />

profeta como havendo sido dirigida não só aos ju<strong>de</strong>us, mas também<br />

aos gentios. Quando os profetas pronunciavam a vingança <strong>de</strong> Deus<br />

sobre os ju<strong>de</strong>us, em conseqüência <strong>de</strong> suas iniqüida<strong>de</strong>s, não era<br />

estranho nem incomum que dirigissem sua atenção para o reino <strong>de</strong><br />

Cristo, o qual tinha que ser divulgado ao mundo inteiro. Eles tinham<br />

boas razões para agir assim, pois quando os ju<strong>de</strong>us provocavam a<br />

ira divina com seus pecados, <strong>de</strong> maneira tal que passavam a merecer<br />

sua rejeição, não restava qualquer esperança <strong>de</strong> salvação, exceto<br />

em sua conversão a Cristo, através <strong>de</strong> quem o pacto da graça é res-<br />

28 Oséias 2.23. Veja-se 1 Pedro 2.10.

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