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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 14 • 547<br />

17. Porque o reino <strong>de</strong> Deus não é nem comida nem bebida.<br />

Ele agora nos ensina, em contrapartida, que nossa abstinência não<br />

nos leva a nenhuma perda <strong>de</strong> nossa liberda<strong>de</strong>, uma vez que o reino<br />

<strong>de</strong> Deus não consiste <strong>de</strong>ssas coisas. Seja qual for a ofensa que resulte,<br />

não <strong>de</strong>vemos, <strong>de</strong> forma alguma, omitir aqueles <strong>de</strong>veres que<br />

se relacionam, seja para o estabelecimento ou para a preservação<br />

do reino <strong>de</strong> Deus. Se por causa do amor po<strong>de</strong>mos abster-nos do uso<br />

<strong>de</strong> alimentos sem trazer qualquer <strong>de</strong>sonra ao nome <strong>de</strong> Deus, sem<br />

prejudicar o reino <strong>de</strong> Cristo, ou sem escandalizar a consciência dos<br />

piedosos, não po<strong>de</strong>mos tolerar os que trazem conturbação à Igreja<br />

por causa <strong>de</strong> comida. Ele usa argumentos similares em sua Primeira<br />

Epístola aos Coríntios: “Os alimentos são para o estômago, e o<br />

estômago, para os alimentos; mas Deus <strong>de</strong>struirá tanto estes como<br />

aqueles. Porém o corpo não é para a impureza, mas para o Senhor; e<br />

o Senhor, para o corpo” [1Co 6.13]. E prossegue: “Não é a comida que<br />

nos recomendará a Deus, pois nada per<strong>de</strong>remos se não comermos, e<br />

nada ganharemos se comermos” [1Co 8.8]. Ele <strong>de</strong>sejava mostrar-nos<br />

com isso que a comida e a bebida são <strong>de</strong> mui pouco valor para serem<br />

causa <strong>de</strong> empecilho no avanço do evangelho.<br />

Mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo. Ele não contrastou<br />

estes elementos com comida e bebida ao longo <strong>de</strong> seu argumento<br />

com o propósito <strong>de</strong> enumerar tudo quanto constitui o reino <strong>de</strong> Cristo,<br />

mas <strong>de</strong> mostrar que esse reino consiste <strong>de</strong> coisas espirituais. Não<br />

obstante, ele sumariou em poucas palavras tudo quanto o evangelho<br />

significa, a saber: a consciência do bem moral, a paz com Deus<br />

e a posse da genuína alegria da consciência, através da habitação<br />

do Espírito Santo em nós. Como já disse, ele aplicou estes poucos<br />

atributos a seu presente argumento. Aqueles que se têm tornado<br />

participantes da genuína justiça <strong>de</strong>sfrutam da mais excelente e<br />

inestimável bênção, a saber: a tranqüila paz da consciência. O que<br />

mais <strong>de</strong>sejariam aqueles que <strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> paz com Deus? 14<br />

14 O que se diz sem dúvida proce<strong>de</strong> com respeito ao reino <strong>de</strong> Deus; mas ao consi<strong>de</strong>rar o que<br />

se diz <strong>de</strong>pois nos dois versículos seguintes, não po<strong>de</strong>mos concordar com esta exposição.

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