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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 279<br />

ausente, já que, embora estivesse ante seus olhos, não imprimia nele<br />

um senso grave do juízo do Senhor. Assim os olhos dos hipócritas<br />

se acham velados por um véu que os impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> perceber o quanto<br />

nos é exigido pelo preceito que nos proíbe <strong>de</strong> cobiçarmos.<br />

Sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. Por outro<br />

lado, o apóstolo agora se refere à lei como sobrevindo, ao começar a<br />

ser verda<strong>de</strong>iramente entendida. Então ‘acordou’ o pecado do reino<br />

dos mortos, visto que ele revelou a Paulo quão profunda era a <strong>de</strong>pravação<br />

que permeava todos os recessos mais profundos <strong>de</strong> seu<br />

coração, e ao mesmo tempo o matou. Tenhamos sempre em mente<br />

que Paulo está falando da confiança intoxicante em que os hipócritas<br />

repousam ao vangloriar-se, visto que não percebem qualquer<br />

vestígio <strong>de</strong> seus pecados.<br />

10. E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este<br />

mesmo se me tornou para morte. Paulo, aqui, afirma duas coisas, a<br />

saber: (1) O mandamento nos aponta o caminho da vida na justiça<br />

<strong>de</strong> Deus, e nos foi entregue a fim <strong>de</strong> alcançarmos a vida eterna pela<br />

observância da lei do Senhor, a não ser que seja impedido pela<br />

corrupção que se acha presente em todos nós. (2) Nenhum <strong>de</strong> nós,<br />

contudo, obe<strong>de</strong>ce à lei; ao contrário, nos precipitamos precisamente<br />

naquela direção contra a qual a lei nos adverte. E esta não tem nada<br />

a nos oferecer senão a morte. É indispensável, pois, que façamos<br />

esta distinção entre a natureza da lei e a nossa própria impieda<strong>de</strong>.<br />

Segue-se disto que é aci<strong>de</strong>ntal que a lei inflija em nós uma ferida<br />

mortal, algo como uma doença incurável que aumenta e piora à<br />

medida que o remédio curativo é aplicado. O aci<strong>de</strong>nte, admito eu,<br />

é inseparável da lei, e por essa razão ela [a lei], ao ser comparada<br />

com o evangelho, é alhures referida como “ministério <strong>de</strong> morte”<br />

[2Co 3.7]. Entretanto, o ponto em questão é o seguinte: a lei não nos<br />

faz injúria por sua própria natureza, senão porque nossa corrupção<br />

provoca e atrai sua maldição sobre nós.<br />

11. Porque o pecado, achando ocasião, através do mandamento<br />

me enganou e me matou. É verda<strong>de</strong> que, enquanto a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong>

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