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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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46 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

3. Concernente a seu Filho. Nesta importante cláusula Paulo nos<br />

ensina que todo o evangelho está contido em Cristo. Desviar-se <strong>de</strong> Cristo,<br />

mesmo que seja apenas um passo, significa privar-se alguém do evangelho.<br />

Visto que Cristo é a viva e expressa imagem do Pai, não há por que<br />

nos sentirmos surpresos com o fato <strong>de</strong> que ele é simplesmente posto<br />

diante <strong>de</strong> nós como Aquele que é tanto o objeto quanto o centro <strong>de</strong> toda<br />

nossa fé. As palavras, pois, constituem uma <strong>de</strong>scrição do evangelho, com<br />

as quais Paulo sumaria seu conteúdo. Tenho traduzido as palavras Jesus<br />

Cristo, nosso Senhor, que vêm em seguida, no mesmo sentido <strong>de</strong> seu<br />

Filho, por sentir que este procedimento se a<strong>de</strong>qua melhor ao contexto. A<br />

conclusão, pois, é que quando alguém logra algum progresso no conhecimento<br />

<strong>de</strong> Cristo, traz com esse progresso tudo o que po<strong>de</strong> ser aprendido<br />

do evangelho. Em contrapartida, buscar sabedoria à parte <strong>de</strong> Cristo significa<br />

não meramente temerida<strong>de</strong>, mas também completa insanida<strong>de</strong>.<br />

Que nasceu. Divinda<strong>de</strong> e humanida<strong>de</strong> são os dois requisitos que<br />

<strong>de</strong>vemos procurar em Cristo, caso pretendamos encontrar nele a salvação.<br />

Sua divinda<strong>de</strong> contém po<strong>de</strong>r, justiça e vida, os quais nos são<br />

comunicados por sua humanida<strong>de</strong>. Por esta razão o apóstolo expressamente<br />

mencionou ambas em seu sumário do evangelho, ao <strong>de</strong>clarar<br />

que Cristo manifestou-se na carne, e que na carne ele <strong>de</strong>clarou ser o<br />

Filho <strong>de</strong> Deus. Igualmente João, após afirmar que o Verbo se fez carne,<br />

acrescenta que em sua própria carne havia glória como a do unigênito<br />

do Pai [Jo 1.14]. A nota especial que Paulo apresenta da linhagem e<br />

<strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Cristo, <strong>de</strong> seu ancestral Davi, é totalmente <strong>de</strong>liberada,<br />

pois esta cláusula particular nos lembra a promessa e remove toda<br />

e qualquer dúvida que porventura venhamos nutrir <strong>de</strong> ser ele Aquele<br />

que fora previamente prometido. A promessa que fora feita a Davi se<br />

tornou tão amplamente conhecida, que se generalizou entre os ju<strong>de</strong>us<br />

o hábito <strong>de</strong> qualificar o Messias como sendo o Filho <strong>de</strong> Davi. O fato <strong>de</strong><br />

Cristo ser o <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Davi contribui, portanto, para a confirmação<br />

<strong>de</strong> nossa fé. Paulo adiciona, segundo a carne, para <strong>de</strong>monstrar que<br />

Cristo possuía algo superior à carne – algo que era oriundo do céu, e<br />

não <strong>de</strong> Davi, a saber: a glória da natureza divina, a qual ele mencio-

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