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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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368 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

<strong>de</strong>clara que sem Cristo não existe nada que mereça algum valor.<br />

Ao incluir-se no rol dos israelitas, nos louvores <strong>de</strong> seus privilégios,<br />

não o faz sem qualquer propósito, pois Jacó orou para que fossem<br />

chamados por seu nome [Gn 48.16], e exigiu isso como sendo a mais<br />

sublime das bênçãos.<br />

Pertence-lhes a adoção. A intenção <strong>de</strong> Paulo, em todo seu discurso,<br />

consiste em que, não obstante haver os ju<strong>de</strong>us se separado<br />

<strong>de</strong> Deus <strong>de</strong> forma blasfema, por sua apostasia, contudo a luz da<br />

graça divina não se extinguira <strong>de</strong>finitiva e completamente <strong>de</strong>les,<br />

como disse em <strong>Romanos</strong> 3.3. Embora fossem incrédulos e houvessem<br />

quebrado o pacto divino, contudo sua perfídia não anulara a<br />

fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> divina, não só porque Deus houvera preservado para si,<br />

em sua progênie, um remanescente <strong>de</strong>ntre toda a multidão, mas<br />

também porque o título igreja ainda continuava em seu seio por<br />

direito <strong>de</strong> herança.<br />

Os ju<strong>de</strong>us haviam, então, <strong>de</strong>spojado a si mesmos <strong>de</strong> todos os privilégios,<br />

<strong>de</strong> modo que <strong>de</strong>svaneceu-se-lhes toda e qualquer vantagem<br />

o título filhos <strong>de</strong> Abraão. Não obstante, visto que corria-se o risco <strong>de</strong><br />

os gentios fazerem pouco da majesta<strong>de</strong> do evangelho através da fé<br />

judaica, Paulo não leva em conta o que <strong>de</strong> fato mereciam, mas encobre<br />

sua conduta vil e <strong>de</strong>sonrosa ao lançar sobre eles muitos véus,<br />

assim os gentios foram plenamente persuadidos <strong>de</strong> que o evangelho<br />

originara-se-lhes <strong>de</strong> uma fonte celestial, do santuário <strong>de</strong> Deus e <strong>de</strong><br />

uma nação eleita. Pois o Senhor passou por todas as <strong>de</strong>mais nações<br />

e selecionou os ju<strong>de</strong>us como um povo que lhe fosse particular, e<br />

adotou-os como seus filhos, segundo ele mesmo testifica pela boca<br />

<strong>de</strong> Moisés e dos profetas. E não contente em simplesmente chamá-los<br />

<strong>de</strong> filhos, às vezes os chama <strong>de</strong> meu primogênito, e às vezes <strong>de</strong> meu<br />

amado. Assim diz o Senhor em xodo 4.22-23: “Israel é meu filho, meu<br />

primogênito.” “Porque sou pai para Israel, e Efraim é meu primogênito”<br />

[Jr 31.9]. E outra vez: “Não é Efraim meu precioso filho? filho<br />

<strong>de</strong> minhas <strong>de</strong>lícias? Pois tantas vezes quantas falo contra ele, tantas<br />

vezes me lembro <strong>de</strong>le com compaixão” [Jr 31.20].

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