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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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68 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

como justiça no conceito dos homens; embora seja esta uma mera<br />

trivialida<strong>de</strong>, é geralmente referida como a “justiça dos homens”. Paulo,<br />

entretanto, indubitavelmente está aludindo às tantas profecias nas<br />

quais o Espírito está do começo ao fim estabelecendo a justiça divina<br />

no futuro reino <strong>de</strong> Cristo. Alguns comentaristas explicam o significado<br />

como sendo “a justiça que nos é dada por Deus”. Certamente concordo<br />

que as palavras nos conduzem a este significado, visto que Deus nos<br />

justifica por meio <strong>de</strong> seu evangelho, e assim nos salva. Não obstante,<br />

o primeiro sentido parece-me mais a<strong>de</strong>quado, embora não pretenda<br />

eu gastar <strong>de</strong>masiado tempo com esta questão. É da maior importância<br />

o fato <strong>de</strong> que alguns eruditos acreditam que esta justiça consiste não<br />

só na livre remissão <strong>de</strong> pecados, mas, em parte, também na graça da<br />

regeneração. Eu creio, contudo, que somos restaurados à vida porque<br />

Deus gratuitamente nos reconcilia consigo, como mais tar<strong>de</strong> mostraremos<br />

mais amplamente em seu <strong>de</strong>vido lugar.<br />

Em lugar da expressão que usou antes, a todo aquele que crê, ele<br />

agora diz pela fé. A justiça é oferecida por meio do evangelho e recebida<br />

por meio da fé. Ele adiciona a fé, pois enquanto nossa fé prossegue<br />

e nosso conhecimento progri<strong>de</strong>, a justiça <strong>de</strong> Deus cresce em nós e sua<br />

possessão é em certo grau confirmada. Des<strong>de</strong> o primeiro momento<br />

em que provamos o evangelho, contemplamos já o semblante <strong>de</strong> Deus<br />

voltado para nós favoravelmente, ainda que a certa distância. Quanto<br />

mais aumenta nosso conhecimento da genuína religião, mais vemos<br />

a graça divina com maior niti<strong>de</strong>z e mais familiarida<strong>de</strong>, como se ele<br />

se achegasse para mais perto <strong>de</strong> nós. A sugestão <strong>de</strong> que há aqui uma<br />

comparação implícita entre o Velho e o Novo Testamentos é mais sutil<br />

do que sólida, porquanto Paulo não está aqui comparando conosco os<br />

pais que viveram sob a Lei, senão que está caracterizando o progresso<br />

diário <strong>de</strong> cada cristão.<br />

Como está escrito: Mas o justo viverá pela fé. Ele prova a justiça<br />

da fé pela autorida<strong>de</strong> do profeta Habacuque que, ao predizer a <strong>de</strong>struição<br />

dos soberbos, acrescenta concomitantemente que o justo viverá<br />

pela fé. A única maneira <strong>de</strong> vivermos na presença <strong>de</strong> Deus é por meio

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