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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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352 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

e por isso <strong>de</strong>clarou que tomou o nosso lugar a fim <strong>de</strong> pôr-nos em<br />

liberda<strong>de</strong>. Portanto, qualquer um que quiser con<strong>de</strong>nar-nos terá que<br />

matar o próprio Cristo novamente. Porém, ele não só já morreu, mas<br />

também ressurgiu como vencedor da morte, e assim triunfou sobre<br />

o seu po<strong>de</strong>r mediante sua ressurreição.<br />

Paulo adiciona algo mais, ou seja: Cristo, <strong>de</strong>clara ele, está agora<br />

assentado à mão direita do Pai. Este fato o fez dominador do céu e da<br />

terra, e com autorida<strong>de</strong> plenária governa todas as coisas, <strong>de</strong> acordo<br />

com sua afirmação em Efésios 1.20. Finalmente, ele nos ensina que<br />

Cristo está assim entronizado com o fim <strong>de</strong> ser o eterno Advogado<br />

e Intercessor em prol <strong>de</strong> nossa salvação. Segue-se disto que, se<br />

alguém <strong>de</strong>sejar con<strong>de</strong>nar-nos, terá não só que invalidar a morte <strong>de</strong><br />

Cristo, como terá também que lutar contra o incomparável po<strong>de</strong>r<br />

com o qual o Pai honrou ao Filho e com o qual conferiu-lhe soberana<br />

autorida<strong>de</strong>. Esta sólida segurança que ousa triunfar sobre o Diabo,<br />

a morte, o pecado e as portas do inferno <strong>de</strong>ve estar profundamente<br />

implantada no coração <strong>de</strong> todos os santos, porquanto nossa fé não<br />

seria nada, se porventura não nos persuadisse com plena certeza<br />

<strong>de</strong> que Cristo é nosso, e que o Pai se nos fez propício em seu Filho.<br />

Portanto, para longe toda concepção perniciosa ou <strong>de</strong>strutiva com a<br />

qual os dogmas escolásticos minam a certeza <strong>de</strong> nossa [inabalável]<br />

salvação.<br />

E também interce<strong>de</strong> por nós. O apóstolo insistiu em fazer esta<br />

adição explícita com o fim <strong>de</strong> evitar que a divina Majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo<br />

viesse a terrificar-nos. Portanto, ainda que Cristo mantenha todas as<br />

coisas em sujeição sob a planta <strong>de</strong> seus pés, assentado em seu trono<br />

<strong>de</strong> soberania, Paulo o apresenta como Mediador, cuja presença seria<br />

simplesmente absurda caso nos aterrasse, visto que não só nos convida<br />

para ele com gesto benevolente, mas também comparece diante<br />

do Pai por nós no exercício <strong>de</strong> Intercessor infalível. Não temos como<br />

medir esta intercessão pelo nosso critério carnal, pois não po<strong>de</strong>mos<br />

pensar do Intercessor como humil<strong>de</strong> suplicante diante do Pai, com<br />

os joelhos curvados e com as mãos estendidas. Cristo, contudo,

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