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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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300 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

enfeixa estas três idéias: a imperfeição sob a qual os crentes sempre<br />

labutam; a misericórdia divina que perdoa e esquece o pecado; e a<br />

regeneração operada pelo Espírito. Esta é mencionada por último,<br />

para que o homem não se envai<strong>de</strong>ça com vãs imaginações, como se<br />

estivesse livre da maldição para, entrementes, consentir com sua carne<br />

sem qualquer recato. Portanto, quando o homem carnal se gaba<br />

vãmente, se, no que diz respeito a emendar sua vida, ele promete a<br />

si mesmo impunida<strong>de</strong> a pretexto <strong>de</strong>sta graça, assim as consciências<br />

trementes dos piedosos contam com uma <strong>de</strong>fesa invencível. Sabem<br />

muito bem que, enquanto permanecerem em Cristo, estarão além do<br />

alcance <strong>de</strong> todo e qualquer risco <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nação. A seguir, ocupar-<br />

-nos-emos em consi<strong>de</strong>rar o significado das expressões.<br />

Pela expressão, andar segundo o Espírito, o apóstolo tencionava<br />

referir-se não àqueles que se <strong>de</strong>spiram completamente dos sentidos<br />

carnais, <strong>de</strong> modo que sua vida toda não exibe nada mais além <strong>de</strong><br />

perfeição celestial, mas, sim, àqueles que diligentemente labutam<br />

por subjugar e mortificar sua natureza carnal, <strong>de</strong> sorte que se veja<br />

reinar neles o ar<strong>de</strong>nte amor pela genuína religião. Esta classe <strong>de</strong><br />

crentes não anda segundo a carne, visto que, sempre que floresce<br />

neles o sincero temor <strong>de</strong> Deus, privam a carne <strong>de</strong> seu domínio, ainda<br />

que não hajam sido abolidas todas as suas <strong>de</strong>pravações.<br />

2. Porque a lei do Espírito <strong>de</strong> vida. Esta é uma prova da cláusula<br />

anterior. É preciso observar o significado das palavras para que<br />

sejam compreendidas. Paulo inusitadamente chama o Espírito <strong>de</strong><br />

Deus <strong>de</strong> a lei do Espírito. Este Espírito asperge nossas almas com<br />

o sangue <strong>de</strong> Cristo, não apenas para purificar-nos das manchas do<br />

pecado em relação à nossa culpa, mas também para santificar-nos<br />

para a genuína pureza. O apóstolo aduz que o Espírito é vivificante.<br />

O caso genitivo, segundo o uso hebraico, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como<br />

um adjetivo. Segue-se disto que aqueles que atam alguém à letra da<br />

lei o fazem sujeito à morte. Entretanto, em contrapartida Paulo qualifica<br />

o domínio da carne e a tirania da morte que <strong>de</strong>la proce<strong>de</strong> <strong>de</strong> a<br />

lei do pecado e da morte. A lei <strong>de</strong> Deus é posta, por assim dizer, no

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