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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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254 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

que nos ensinam a maneira correta <strong>de</strong> vivermos bem, pois Cristo<br />

confirma e sanciona os mesmos e não permite que sejam eles revogados.<br />

A <strong>de</strong>vida solução à objeção consiste em que a única parte<br />

da lei que é removida é a maldição [proce<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> sua quebra], à<br />

qual estão sujeitos todos aqueles que não se acham sob o domínio<br />

da graça <strong>de</strong> Cristo. Embora o apóstolo não o afirme expressamente,<br />

contudo o insinua.<br />

16. De modo nenhum [literalmente, Deus me livre!]. Não sabeis...?<br />

Esta não é uma mera negação como se po<strong>de</strong> supor, como<br />

se Paulo preferisse expressar sua repugnância por tal pergunta em<br />

vez <strong>de</strong> simplesmente reprová-la, visto que ele passa imediatamente<br />

a refutar a objeção, partindo da natureza do contraste que estava<br />

fazendo, talvez neste sentido: “Há uma diferença tão gran<strong>de</strong> entre<br />

o jugo <strong>de</strong> Cristo e o [jugo] do pecado, que ninguém é capaz <strong>de</strong><br />

suportar ambos simultaneamente. Se pecamos, entregamo-nos ao<br />

serviço do pecado. Os crentes, em contrapartida, foram redimidos<br />

da tirania do pecado a fim <strong>de</strong> servirem a Cristo. Portanto, é impossível<br />

que ainda se mantenham jungidos ao pecado.” Será melhor<br />

examinar mais <strong>de</strong>tidamente a or<strong>de</strong>m que Paulo tinha em mira ao<br />

<strong>de</strong>senvolver seu argumento.<br />

A quem vos ofereceis como servos para obediência. O relativo<br />

a quem po<strong>de</strong> ser tomado aqui no sentido causal, como suce<strong>de</strong> com<br />

freqüência. Portanto, po<strong>de</strong>-se dizer: “Não existe perversida<strong>de</strong> por<br />

<strong>de</strong>mais terrível para o parricida que não se sente constrangido em<br />

cometer o pior <strong>de</strong> todos os crimes, ato este do qual até mesmo as<br />

feras selvagens <strong>de</strong>le fogem.” O apóstolo extrai seu argumento em<br />

parte dos efeitos e em parte da natureza dos correlativos. Em primeiro<br />

lugar, sua obediência, para o apóstolo, é uma indicação <strong>de</strong><br />

que são servos, visto que a obediência prova que o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar<br />

pertence àquele que assim obriga a outrem a sujeitar-se a ele.<br />

O argumento, aqui, é tomado do efeito da escravidão. Uma segunda<br />

verda<strong>de</strong> segue-se <strong>de</strong>sta, ou seja: se somos escravos, então significa<br />

que o pecado exerce domínio sobre nós.

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