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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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374 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

obstante, visto que muitos <strong>de</strong>les rejeitam esta adoção, movidos<br />

por sua ingratidão, e assim <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> <strong>de</strong>sfrutar seus benefícios em<br />

qualquer grau, outra diferença suscita-se entre eles com relação ao<br />

cumprimento da promessa. Para evitar que alguém pensasse quão<br />

estranho era que o cumprimento da promessa não se evi<strong>de</strong>nciasse<br />

em muitos dos ju<strong>de</strong>us, Paulo, pois, nega que estivessem incluídos<br />

na verda<strong>de</strong>ira eleição divina.<br />

Po<strong>de</strong>mos, caso se prefira, colocar <strong>de</strong> outra forma, ou, seja: “A<br />

eleição geral do povo <strong>de</strong> Israel não impediu Deus <strong>de</strong> separar para si,<br />

em consonância com seu secreto conselho, aqueles que lhe aprouve<br />

eleger.” A con<strong>de</strong>scendência divina em fazer Deus um pacto <strong>de</strong> vida<br />

com uma única nação é <strong>de</strong>veras um exemplo notável <strong>de</strong> sua imerecida<br />

mercê; sua graça oculta, porém, é mais evi<strong>de</strong>nte na segunda<br />

eleição, a qual é restrita a apenas uma parte da nação.<br />

Ao dizer que nem todos os <strong>de</strong> Israel são <strong>de</strong> fato israelitas, e que<br />

nem por serem <strong>de</strong>scendência <strong>de</strong> Abraão são todos seus filhos, Paulo<br />

está usando uma figura <strong>de</strong> linguagem conhecida como paronomásia.<br />

Na primeira sentença, ele inclui todos os <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes; na segunda,<br />

menciona somente os filhos legítimos que não apostataram <strong>de</strong><br />

sua posição.<br />

7. Em Isaque será chamada tua <strong>de</strong>scendência. O apóstolo<br />

ressalta este fato com o propósito <strong>de</strong> mostrar que a eleição secreta<br />

<strong>de</strong> Deus prevalece sobre a vocação externa. De forma alguma é ela<br />

contrária a esta vocação, senão que, antes, a confirma e a completa.<br />

Portanto, a fim <strong>de</strong> provar ambas as proposições, ele pressupõe, em<br />

primeiro lugar, que a eleição divina não se confina à <strong>de</strong>scendência<br />

[carnal] <strong>de</strong> Abraão, nem se compreen<strong>de</strong> nas condições do pacto. Para<br />

confirmar isso, ele então emprega uma ilustração muito oportuna. Se<br />

porventura houver algum legítimo <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> Abraão que não<br />

apostatou do pacto, então <strong>de</strong>ve ser ele o primeiro a apropriar-se do<br />

privilégio. Mas quando <strong>de</strong>scobrimos que um dos primeiros filhos <strong>de</strong><br />

Abraão se separou da linha <strong>de</strong> <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes, mesmo quando Abraão<br />

ainda vivia e a promessa era nova, o que dizer, pois, daqueles seus

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