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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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528 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

Porque agora a salvação está mais perto <strong>de</strong> nós. Esta passagem<br />

é variadamente mal interpretada. Muitos conectam a palavra cremos<br />

ao tempo da lei, como se Paulo estivesse dizendo que os ju<strong>de</strong>us haviam<br />

crido antes da vinda <strong>de</strong> Cristo. Contudo, rejeito este conceito<br />

como dissonante e forçado. Seguramente, seria um absurdo aplicar<br />

uma verda<strong>de</strong> geral a uma pequena porção da Igreja. Havia mui poucos<br />

ju<strong>de</strong>us em todo o grupo para quem ele escrevia. Esta linguagem<br />

muito menos se aplica a<strong>de</strong>quadamente aos romanos. Além do mais,<br />

sua comparação entre noite e dia, em minha opinião, remove esta<br />

dificulda<strong>de</strong>. A afirmação, portanto, parece-me estar em perfeita sintonia<br />

com o seguinte: “Nossa salvação está agora mais perto do que<br />

quando começamos a crer”, e se refere ao tempo anterior à fé <strong>de</strong>les.<br />

Visto que o advérbio tem um sentido in<strong>de</strong>finido, esta afirmação do<br />

apóstolo é muito mais apropriada à luz do que vem a seguir.<br />

12. Vai alta a noite e o dia vem chegando. Eis aqui a ocasião<br />

[oportuna] que havia mencionado. Embora os crentes não houvessem<br />

ainda sido recebidos na plena luz, ele com razão compara<br />

nosso conhecimento da vida por vir, a qual nos é manifestada pelo<br />

evangelho, com o raiar do dia. Dia, aqui, não significa, como em<br />

outros passos, a luz da fé (<strong>de</strong> outro modo não teria dito que ele [o<br />

dia] estava apenas se aproximando, mas que já se achava presente,<br />

e <strong>de</strong>veras já lança seus raios ao longo <strong>de</strong> seu percurso). Mas, ao<br />

contrário, significa o bendito esplendor da vida celestial, cujas reverberações<br />

já vislumbramos no evangelho. O que ele nos está dizendo,<br />

em síntese, é o seguinte: assim que Deus começa a chamar-nos, é<br />

mister que dirijamos nossa atenção para a vinda <strong>de</strong> Cristo, assim<br />

como concluímos pelos primeiros indícios do dia que a plena luz do<br />

sol <strong>de</strong> fato está chegando.<br />

rece este ponto <strong>de</strong> vista. O tema é totalmente diferente. É evi<strong>de</strong>ntemente um novo tema<br />

<strong>de</strong> exortação, como diz Calvino, e as palavras <strong>de</strong>vem ser traduzidas como ele propõe,<br />

ou <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como elípticas; estando subentendida a palavra ‘digo’, ou<br />

‘or<strong>de</strong>no’, segundo Macknight: “Isso também digo eu, visto que conheceis o tempo” etc.<br />

Se adotarmos ‘or<strong>de</strong>no’ ou ‘além do mais’, como faz Calvino, seria melhor consi<strong>de</strong>rar a<br />

partícula ειδότες no sentido <strong>de</strong> um imperativo, estando εστε subentendido, com vários<br />

exemplos em 12.9, 16, 17.

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