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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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502 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

se ela é aceitável, creio que Paulo <strong>de</strong>sejava relacionar o culto divino<br />

com os <strong>de</strong>veres que <strong>de</strong>sempenhamos em favor <strong>de</strong> nossos irmãos e<br />

tudo quanto serve para fortalecer o amor, a fim <strong>de</strong> transmitir maior<br />

encorajamento aos fiéis. 16<br />

12. Regozijai-vos na esperança, se<strong>de</strong> pacientes na tribulação,<br />

na oração, perseverantes. Estes três conselhos se entrelaçam e parecem<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r do anterior – servindo ao tempo. A pessoa que põe<br />

sua alegria na esperança da vida por vir, e suporta suas tribulações<br />

com paciência, também está pronta a <strong>de</strong>dicar-se ao tempo e se vale<br />

da oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marchar com vigor em busca <strong>de</strong> seu alvo. Sempre<br />

que venha ao caso (pois não faz muita diferença se as frases são ou<br />

não relacionadas), Paulo primeiro nos proíbe <strong>de</strong> permanecermos<br />

contentes com nossas bênçãos momentâneas, ou <strong>de</strong> pormos nossa<br />

alegria na terra ou nas coisas terrenas, como se nossa felicida<strong>de</strong><br />

estivesse localizada ali. Ao contrário disso, ele nos convida a dirigir<br />

nossas mentes rumo ao céu, para que experimentemos aquela alegria<br />

que é sólida e plenária. Se nossa alegria repousa na esperança da vida<br />

por vir, esta esperança gerará em nós paciência na adversida<strong>de</strong>, visto<br />

que nenhum sentimento <strong>de</strong> pesar será capaz <strong>de</strong> sucumbir tal alegria.<br />

Portanto, estas duas coisas se acham estreitamente relacionadas<br />

entre si, ou, seja: a alegria que nasce da esperança, e a paciência que<br />

nasce da adversida<strong>de</strong>. Somente a pessoa que apren<strong>de</strong>u a buscar sua<br />

felicida<strong>de</strong> para além <strong>de</strong>ste mundo, com o fim <strong>de</strong> reduzir e aliviar as<br />

asperezas e amarguras da cruz com a consolação da esperança, se<br />

sujeitará calma e tranqüilamente a carregar a cruz.<br />

Entretanto, visto que ambas estas coisas estão muito acima <strong>de</strong><br />

nossas forças, <strong>de</strong>vemos permanecer constantemente em oração e<br />

invocar continuamente a Deus, para que ele não permita que nossos<br />

corações <strong>de</strong>smaiem e se misturem com o pó, ou sejam <strong>de</strong>stroçados<br />

pelas calamida<strong>de</strong>s. Além do mais, Paulo não só nos estimula à prá-<br />

16 A balança das evidências, segundo Griesbach, está em favor <strong>de</strong> τ καιρ, ‘tempo’, ainda<br />

que haja muitos outros que <strong>de</strong>fendam outra redação. Lutero, Erasmo e Hammond preferem<br />

a primeira, enquanto Beza, Piscator, Pareus, e a maioria dos mo<strong>de</strong>rnos, a última. A<br />

primeira é a que mais se a<strong>de</strong>qua ao contexto.

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