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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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524 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

amor, a fim <strong>de</strong> sabermos que, mantendo a prática do amor, estamos<br />

exatamente obe<strong>de</strong>cendo aos mandamentos; e ao proce<strong>de</strong>rmos assim,<br />

estamos sendo preparados para assumir qualquer responsabilida<strong>de</strong><br />

que nos possibilite preservar a carida<strong>de</strong>. E assim ele confirma<br />

sobejamente o preceito que apresentara concernente à obediência<br />

<strong>de</strong>vida aos magistrados. E esta obediência constitui uma parte do<br />

amor não <strong>de</strong> somenos importância.<br />

Não obstante, alguns sentem certa dificulda<strong>de</strong> com esta passagem,<br />

e <strong>de</strong> tal dificulda<strong>de</strong> não conseguem <strong>de</strong>svencilhar-se completamente,<br />

ou, seja: Paulo ensina que a lei é cumprida quando amamos<br />

nosso próximo. O problema, portanto, consiste em que ele aqui não<br />

faz menção do culto <strong>de</strong>vido a Deus, ainda que certamente não era<br />

sua intenção omiti-lo. O fato é que o apóstolo não está se referindo<br />

a toda a lei. Ele está simplesmente falando daqueles <strong>de</strong>veres que a<br />

lei requer <strong>de</strong> nós com relação a nosso próximo. É também verda<strong>de</strong><br />

que toda a lei é cumprida quando amamos nosso próximo, porque<br />

o genuíno amor pelo ser humano só tem uma fonte, a saber: o amor<br />

<strong>de</strong> Deus. O amor ao próximo é evidência e <strong>de</strong>corrência do amor<br />

a Deus. Na verda<strong>de</strong> Paulo aqui menciona só a segunda tábua [da<br />

lei], porquanto sua inquirição se relaciona somente a esta. É como<br />

se dissesse: “Aquele que ama seu próximo como a si mesmo tem<br />

cumprido seu <strong>de</strong>ver para com o mundo todo.” É fútil a objeção dos<br />

sofistas que tentam encontrar neste versículo a justificação [proce<strong>de</strong>nte]<br />

das obras. Paulo não está <strong>de</strong>clarando o que o homem faz ou<br />

<strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> fazer, mas está falando daquelas condições que em parte<br />

alguma julgaríamos ter cumprido. Ao dizermos que o ser humano<br />

não é justificado por meio das obras, não negamos que a observância<br />

da lei constitua verda<strong>de</strong>ira justiça. Mas, visto que ninguém cumpre<br />

a lei, ou que jamais a tenha cumprida, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>mos a tese <strong>de</strong> que<br />

todos os homens se acham excluídos <strong>de</strong>la, e que, por isso, nosso<br />

único refúgio está na graça <strong>de</strong> Cristo.<br />

9. Pois isto: Não adulterarás. Não po<strong>de</strong>mos inferir <strong>de</strong>sta passagem<br />

quais preceitos que constituem a segunda tábua, visto que ele

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