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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 11 • 479<br />

que, <strong>de</strong> outra forma, a benevolência divina lhes seria inacessível.<br />

Por isso, como somos completamente inábeis, em nossas próprias<br />

faculda<strong>de</strong>s, para investigar os segredos divinos, assim chegamos a um<br />

claro e seguro conhecimento <strong>de</strong>les pela instrumentalida<strong>de</strong> da graça<br />

do Espírito Santo. Ora, já que nosso <strong>de</strong>ver é <strong>de</strong>ixar-nos guiar pela<br />

orientação do Espírito, então <strong>de</strong>vemos ficar e permanecer on<strong>de</strong> ele nos<br />

<strong>de</strong>ixar. Se alguém presume conhecer mais do que o Espírito lhe haja<br />

revelado, o mesmo acabará sendo fulminado pelo imensurável fulgor<br />

<strong>de</strong>ssa luz inacessível. Não <strong>de</strong>vemos esquecer-nos da distinção que já<br />

mencionei, entre o conselho secreto <strong>de</strong> Deus e sua vonta<strong>de</strong> revelada<br />

na Escritura. Ainda que toda a doutrina da Escritura exceda, em sua<br />

sublimida<strong>de</strong>, ao intelecto humano, todavia os crentes que seguem<br />

o Espírito como seu Guia, com reverência e circunspecção, não são<br />

proibidos <strong>de</strong> ter acesso à vonta<strong>de</strong> divina. Entretanto, outro é o caso<br />

em relação a seu conselho oculto, cuja profundida<strong>de</strong> e cuja altura não<br />

temos como atingir através <strong>de</strong> nossa investigação.<br />

35. Ou quem primeiro lhe <strong>de</strong>u a ele? Este é outro argumento<br />

pelo qual o apóstolo mui po<strong>de</strong>rosamente <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a justiça divina<br />

contra todas as acusações dos ímpios. Se ninguém tem como obrigar<br />

a Deus por seus méritos, então ninguém, por justa causa, po<strong>de</strong><br />

discutir com Deus pelo fato <strong>de</strong> não haver recebido alguma recompensa.<br />

Aquele que <strong>de</strong>seja compelir alguém a praticar para com ele<br />

um ato <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong>, então <strong>de</strong>ve fazer o serviço pelo qual mereça a<br />

bonda<strong>de</strong> daquela pessoa. Portanto, o significado das palavras <strong>de</strong><br />

Paulo consiste em que Deus não po<strong>de</strong> ser acusado <strong>de</strong> injustiça, a<br />

não ser que seja ele convencido <strong>de</strong> não haver retribuído a cada um<br />

o que lhe é <strong>de</strong>vido. Não obstante, é evi<strong>de</strong>nte que Deus não priva<br />

ninguém <strong>de</strong> seus direitos, visto não ser ele <strong>de</strong>vedor a alguém. Quem<br />

é capaz <strong>de</strong> ostentar alguma obra propriamente sua pela qual se acha<br />

merecedor do favor divino? 37<br />

37 Há uma passagem em Jó 41.11 (2, na Bíblia hebraica) da qual este versículo<br />

parece ser a tradução, feita pelo próprio apóstolo, como tendo totalmente<br />

outro significado na Septua ginta.

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