27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

522 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

[do estado]. 8 Este não é o lugar oportuno para <strong>de</strong>senvolver uma<br />

discussão mais completa concernente à forma <strong>de</strong> se pagarem taxas<br />

ou tributos, e nem tampouco é nossa preocupação prescrever aos<br />

governantes quanto <strong>de</strong>vam eles gastar com propósitos particulares,<br />

ou como <strong>de</strong>vam prestar contas. Entretanto, é mister que se lembrem<br />

<strong>de</strong> que tudo quanto recebam do povo é proprieda<strong>de</strong> pública e não<br />

meios <strong>de</strong> satisfazer prazeres e luxúrias pessoais. Descobrimos aqui<br />

o alvo para o qual o apóstolo <strong>de</strong>stina os tributos que são pagos, a<br />

saber: para que os chefes <strong>de</strong> estado possam receber seu sustento<br />

e <strong>de</strong>fendam assim seus súditos.<br />

7. Pagai a todos o que lhes é <strong>de</strong>vido. Tudo indica que a intenção<br />

do apóstolo aqui é sumariar em que consistem as obrigações que os<br />

súditos têm para com os magistrados. Devem tê-los em respeito e<br />

honra, obe<strong>de</strong>cer a seus ditames, leis e veredictos, bem como pagar-<br />

-lhes tributos e taxas. Pelo termo respeito ele quer dizer obediência;<br />

e pelos termos imposto e tributo não quer dizer simplesmente obrigações<br />

alfan<strong>de</strong>gárias e impostos, mas também outras taxas. 9<br />

Esta passagem confirma sua afirmação anterior <strong>de</strong> que <strong>de</strong>vemos<br />

obe<strong>de</strong>cer aos reis e aos <strong>de</strong>mais governantes, não porque sejamos<br />

nós compelidos a fazê-lo, mas porque esta é uma obediência aceitável<br />

a Deus. Ele não quer que o façamos motivados pelo medo,<br />

mas sobretudo que o façamos voluntariamente, com o objetivo <strong>de</strong><br />

honrá-los e respeitá-los.<br />

8. A ninguém <strong>de</strong>vais coisa alguma, exceto<br />

o amor <strong>de</strong>vido uns aos outros:<br />

pois quem ama o próximo tem cumprido<br />

a lei.<br />

8. Nemini quicquam <strong>de</strong>beatis, nisi ut<br />

invicem diligatis; qui enim diligit<br />

alterum Legem implevit.<br />

8 As palavras “para esta mesma coisa”, εἰς αὐτὸ τούτο, parecem ser um caso <strong>de</strong> hebraísmo,<br />

como taz, ‘este’, naquele idioma é ao mesmo tempo singular e plural, e significa ‘este’ ou<br />

‘esses’, segundo o contexto. “Para estas próprias coisas”, supramencionadas, quanto às<br />

obras e <strong>de</strong>veres dos magistrados, parece ser o significado aqui. E assim as palavras são<br />

traduzidas nas versões Siríaca e Etiópica. Um exemplo singular se encontra no início do<br />

versículo 9, “Pois esta”, τὸ γὰρ, e então se mencionam vários mandamentos; “pois esta” é<br />

a lei, diz Stuart; mas a palavra para ‘lei’ é <strong>de</strong> um gênero diferente.<br />

9 A distinção comumente feita entre as duas palavras é esta: φόρος, ‘tributo’, é uma taxa<br />

sobre a pessoa ou sobre terras; e τέλος, ‘taxa alfan<strong>de</strong>gária’ do que é importado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!