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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 13 • 519<br />

<strong>de</strong> uma má consciência a maquinar a perversida<strong>de</strong>. O apóstolo,<br />

contudo, está se referindo ao <strong>de</strong>ver legítimo e natural do magistrado;<br />

e embora aqueles que <strong>de</strong>têm algum gênero <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong> com<br />

freqüência a maculem, ainda assim cumpre-nos prestar-lhes aquela<br />

obediência <strong>de</strong>vida aos magistrados. Se um magistrado ímpio se torna<br />

um azorrague nas mãos do Senhor para punir os pecados do povo,<br />

pon<strong>de</strong>remos, pois, ser por nossa própria culpa que esta excelente<br />

bênção <strong>de</strong> Deus se nos converta em maldição.<br />

Continuemos, pois, a honrar esta salutar or<strong>de</strong>nação divina. E isso<br />

não é algo difícil <strong>de</strong> se fazer, contanto que imputemos a nós mesmos<br />

qualquer mal que porventura nos advenha <strong>de</strong>la. Paulo, pois, nos<br />

ensina aqui o propósito pelo qual o Senhor <strong>de</strong>signou os magistrados.<br />

Seus efeitos serão sempre sentidos, a não ser que esta excelente<br />

e benéfica instituição seja corrompida em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> nossos<br />

próprios erros. Entretanto, mesmo abusando <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong>,<br />

hostilizando os bons e inocentes, os magistrados retêm ainda, em<br />

sua <strong>de</strong>spótica administração, alguma aparência <strong>de</strong> governo justo.<br />

Portanto, não há tirania que, em algum aspecto, não contribua para<br />

a proteção da socieda<strong>de</strong> humana.<br />

O apóstolo aqui também faz observações acerca das duas partes<br />

consi<strong>de</strong>radas pelos filósofos como que constituindo uma administração<br />

<strong>de</strong> estado bem or<strong>de</strong>nada, ou, seja: as recompensas atribuídas<br />

aos virtuosos e o castigo infligido sobre os perversos. A palavra<br />

louvor, segundo o costume hebreu, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada aqui em<br />

um sentido extensivo.<br />

4. Visto ser ela ministro <strong>de</strong> Deus para teu bem. Os magistrados<br />

po<strong>de</strong>m apren<strong>de</strong>r disto a natureza <strong>de</strong> sua vocação. A sua administração<br />

não <strong>de</strong>ve ser feita em função <strong>de</strong> si próprios, mas visando<br />

ao bem público. Nem têm eles po<strong>de</strong>res ilimitados, senão que sua<br />

autorida<strong>de</strong> se restringe ao bem-estar <strong>de</strong> seus súditos. Em resumo,<br />

são responsáveis diante <strong>de</strong> Deus e dos homens pelo exercício <strong>de</strong><br />

sua magistratura. Uma vez que foram escolhidos e <strong>de</strong>legados por<br />

Deus mesmo, é diante <strong>de</strong>ste que são responsáveis. Mas o ministério

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