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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 13 • 523<br />

9. Pois isto: Não adulterarás, não furtarás,<br />

não cobiçarás, e se há qualquer<br />

outro mandamento, tudo nesta<br />

palavra se resume: Amarás o teu<br />

próximo como a ti mesmo.<br />

10. O amor não faz mal ao próximo; <strong>de</strong><br />

sorte que o amor é o cumprimento<br />

da lei.<br />

9. Illud enim, Non mœchaberis, Non<br />

occi<strong>de</strong>s, Non falsum testimonium<br />

dices, Non concupisces, et si quod<br />

est aliud præceptum, in hoc sermone<br />

comprehenditur, Diliges<br />

proximum sicut teipsum.<br />

10. Dilectio proximo malum non infert:<br />

plenitudo ergo legis est dilectio.<br />

8. A ninguém <strong>de</strong>vais coisa alguma. Há quem pense que esta é<br />

uma nota que exprime ironia, como se Paulo estivesse respon<strong>de</strong>ndo<br />

a objeções daqueles que alegavam que os cristãos se achavam<br />

por <strong>de</strong>mais sobrecarregados com outros tantos preceitos que<br />

sufocavam o amor. Não nego a possibilida<strong>de</strong> da presença <strong>de</strong> ironia<br />

aqui, como se ele concordasse com a posição daqueles que não<br />

admitiam nenhuma outra lei além do amor, porém num sentido<br />

distinto. Prefiro, contudo, consi<strong>de</strong>rar as palavras no sentido simples,<br />

pois acredito que Paulo queria aplicar à lei do amor o preceito<br />

concernente à autorida<strong>de</strong> dos magistrados, para que ninguém<br />

viesse a tê-lo na conta <strong>de</strong> algo frágil. Como se estivesse a dizer:<br />

“Ao solicitar que obe<strong>de</strong>çais aos magistrados, estou simplesmente<br />

exigindo que os crentes pratiquem a lei do amor. Se aspirais a que<br />

os bons prosperem (e não há nada <strong>de</strong> <strong>de</strong>sumano nisso), então<br />

<strong>de</strong>veis esforçar-vos por fazer com que as leis e os mandamentos<br />

prevaleçam, para que todo o povo possa apren<strong>de</strong>r a ser obediente<br />

aos <strong>de</strong>fensores das leis, pois são esses homens que nos possibilitam<br />

<strong>de</strong>sfrutar a paz.” Portanto, introduzir a anarquia é violar a<br />

lei da carida<strong>de</strong>; porquanto, a anarquia traria como conseqüência<br />

imediata o caos <strong>de</strong> todas as coisas. 10<br />

Pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. O propósito do<br />

apóstolo aqui é reduzir todos os preceitos da lei em um só, a saber: o<br />

10 A dívida <strong>de</strong> amor <strong>de</strong>ve ser sempre paga e é sempre <strong>de</strong>vida. Pois o amor está sempre em<br />

exercício. Devemos pagar todas as <strong>de</strong>mais dívidas, e <strong>de</strong>vemos quitá-las plena e finalmente.<br />

Mas as dívidas do amor vão sempre em frente e <strong>de</strong>vem ser diariamente pagas.

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