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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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512 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

em sua perversida<strong>de</strong>, lhes acontecerá o mesmo que suce<strong>de</strong> a todos<br />

quantos <strong>de</strong>sprezam a Deus. O apóstolo, contudo, não cita esta passagem<br />

como que para conce<strong>de</strong>r-nos o direito <strong>de</strong> inflamar-nos <strong>de</strong> ira<br />

assim que formos injuriados, nem nos manda que oremos a Deus<br />

para que vingue nossas injúrias na proporção do excitamento <strong>de</strong><br />

nossa carne. Ele nos ensina, primeiramente, que não é nossa tarefa<br />

exigir vingança, a menos que queiramos usurpar a responsabilida<strong>de</strong><br />

[e competência] divina. E, em segundo lugar, ele afirma que não <strong>de</strong>vemos<br />

temer que os ímpios se prorrompam com maior ferocida<strong>de</strong><br />

ao ver-nos suportar nosso sofrimento com paciência, pois Deus não<br />

assume em vão o ofício <strong>de</strong> Vingador.<br />

20. Mas, se teu inimigo tiver fome, dá-<br />

-lhe <strong>de</strong> comer; se tiver se<strong>de</strong>, dá-lhe<br />

<strong>de</strong> beber; porque, fazendo isso,<br />

amontoarás brasas <strong>de</strong> fogo sobre<br />

sua cabeça.<br />

21. Não <strong>de</strong>ixes que o mal te vença, mas<br />

vence o mal com o bem.<br />

20. Itaque si esurit inimicus tuus, pasce<br />

illum; si sitit, potum da illi: hoc<br />

enim faciens carbones ignis congeres<br />

in caput ipsius.<br />

21. Ne vincaris à malo, sed vincas bono<br />

malum.<br />

20. Mas, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe <strong>de</strong> comer. Ele agora<br />

mostra como po<strong>de</strong>mos verda<strong>de</strong>iramente cumprir os preceitos contra<br />

a vingança e contra o revi<strong>de</strong>, ou, seja, <strong>de</strong> retribuir o mal com o<br />

mal. Somos não só impedidos <strong>de</strong> fazer injúria, mas também temos<br />

<strong>de</strong> fazer o bem aos que vivem a prejudicar-nos. Há um gênero <strong>de</strong><br />

retaliação indireta, ou, seja: quando fracassamos em tratar com<br />

benevolência àqueles que nos têm injuriado. Pelos verbos comer e<br />

beber <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r atos <strong>de</strong> bonda<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda espécie. Portanto,<br />

segundo nossas possibilida<strong>de</strong>s, <strong>de</strong>vemos auxiliar nosso inimigo em<br />

qualquer problema, para que suas necessida<strong>de</strong>s sejam supridas<br />

com nossos recursos, conselhos e empenhos. Pelo termo inimigo ele<br />

não quer dizer aqueles por quem sentimos ódio, mas aqueles que<br />

nutrem inimiza<strong>de</strong> por nós. Se carecem <strong>de</strong> ser socorridos em suas<br />

necessida<strong>de</strong>s corporais, muito menos <strong>de</strong>vemos contrapor-nos a sua<br />

salvação, invocando o mal sobre eles.

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