27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 5 • 207<br />

3. E não somente isso, mas também nos gloriamos. O apóstolo<br />

antecipa possíveis escárnios dirigidos aos cristãos que, <strong>de</strong>vido a<br />

sua exultação, são inusitadamente molestados e afligidos nesta vida,<br />

parecendo estar longe <strong>de</strong> uma condição abençoada. Ele <strong>de</strong>clara que<br />

suas calamida<strong>de</strong>s, longe <strong>de</strong> impedirem sua felicida<strong>de</strong>, até mesmo<br />

promovem sua glória. Com o fim <strong>de</strong> provar sua tese, ele argumenta a<br />

partir dos efeitos. Emprega um admirável clímax no qual, finalmente,<br />

conclui que todas as aflições que sofremos contribuem para nossa<br />

salvação e felicida<strong>de</strong> última.<br />

Sua afirmação <strong>de</strong> que os santos se gloriam em suas tribulações<br />

não <strong>de</strong>ve ser entendida como se não temessem nem fugissem da adversida<strong>de</strong>,<br />

ou não sentissem a dor das aflições e amarguras quando<br />

elas lhes sobrevêm (pois a paciência não resultaria <strong>de</strong> suas dificulda<strong>de</strong>s,<br />

caso não vivessem conscientes <strong>de</strong> suas amarguras). Entretanto,<br />

o apóstolo diz corretamente que eles se gloriam, visto que em sua<br />

tristeza e dor são profusamente consolados pela antevisão <strong>de</strong> que<br />

todos seus sofrimentos são-lhes <strong>de</strong>stinados para que se transformem<br />

num gran<strong>de</strong> bem provindo das mãos do mais indulgente <strong>de</strong> todos<br />

os pais – o Pai celestial. Os crentes têm sempre suficientes razões<br />

para se gloriarem quando sua salvação é promovida.<br />

Daqui apren<strong>de</strong>mos, pois, qual é o propósito <strong>de</strong> nossas tribulações,<br />

caso almejemos mostrar que somos filhos <strong>de</strong> Deus. Estes<br />

<strong>de</strong>vem exercitar-se na paciência, do contrário nossa <strong>de</strong>pravação<br />

tornaria a obra do Senhor vazia e ineficiente. Como prova <strong>de</strong> que a<br />

adversida<strong>de</strong> não constitui obstáculo para a glorificação dos crentes,<br />

ele evoca o fato <strong>de</strong> que eles experimentam o socorro divino,<br />

o qual nutre e confirma sua esperança, quando pacientemente<br />

suportam suas adversida<strong>de</strong>s. É verda<strong>de</strong>, pois, que aqueles que<br />

não apren<strong>de</strong>m a paciência também não fazem bom progresso. Não<br />

há contradição quando a Escritura registra as murmurações dos<br />

santos ao se virem dominados pelo <strong>de</strong>sespero. Em tais ocasiões,<br />

o Senhor acossa e esmaga seu povo <strong>de</strong> tal modo que, por algum<br />

tempo, mal lhes permite respirar ou lembrar-se <strong>de</strong> sua fonte <strong>de</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!