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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 11 • 453<br />

divino, enquanto que noutras ocasiões ele nega que hajam caído da<br />

graça. Eles permanecem, ao contrário, <strong>de</strong> posse do pacto, afirma ele,<br />

e mantêm sua posição na Igreja <strong>de</strong> Deus.<br />

Portanto, Paulo está falando agora com esta distinção em mente.<br />

Posto que a maioria dos ju<strong>de</strong>us opunha-se a Cristo, <strong>de</strong> modo que quase<br />

toda a nação se achava envolvida nessa perversida<strong>de</strong>, e poucos <strong>de</strong>ntre<br />

eles <strong>de</strong>monstravam possuir um pouco <strong>de</strong> bom senso, ele pergunta<br />

se não seria o caso <strong>de</strong> toda a nação judaica ver em Cristo só motivo<br />

<strong>de</strong> escândalo, <strong>de</strong> uma maneira tal que sua <strong>de</strong>struição passou a ser<br />

<strong>de</strong> caráter universal, sem qualquer esperança <strong>de</strong> haver uns poucos<br />

<strong>de</strong>stinados ao arrependimento. Não é sem razão que o apóstolo negue<br />

aqui que a salvação dos ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>va ser motivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sespero, ou que<br />

tenham sido rejeitados por Deus <strong>de</strong> forma sumária, sem qualquer<br />

chance <strong>de</strong> restauração futura, ou que o pacto da graça, o qual Deus<br />

uma vez fizera com eles, haja sido completamente abolido, já que<br />

sempre esteve presente no seio da nação uma semente <strong>de</strong> bênção.<br />

Que é preciso enten<strong>de</strong>r a intenção <strong>de</strong> Paulo <strong>de</strong>sta forma, é evi<strong>de</strong>nte<br />

à luz do fato <strong>de</strong> que, ao passo que ele conectara certa ruína com a<br />

cegueira dos ju<strong>de</strong>us, agora lhes outorga a esperança <strong>de</strong> se reerguerem<br />

novamente. Estas duas idéias são completamente contraditórias.<br />

Aqueles, pois, que obstinadamente tiveram Cristo só como motivo<br />

<strong>de</strong> escândalo, tropeçaram e caíram na <strong>de</strong>struição. A nação mesma,<br />

contudo, não caiu <strong>de</strong> tal sorte que, só porque alguém é ju<strong>de</strong>u, <strong>de</strong>va<br />

necessariamente perecer ou permanecer alienado <strong>de</strong> Deus.<br />

Mas por sua queda veio a salvação aos gentios. O apóstolo afirma<br />

duas verda<strong>de</strong>s nesta sentença. A queda dos ju<strong>de</strong>us resultou na<br />

salvação dos gentios. Este fato, contudo, teve como propósito excitar<br />

ciúmes nos ju<strong>de</strong>us para que suas mentes se convertessem, movidas<br />

por um sincero arrependimento. Paulo não teve dúvida em evocar o<br />

testemunho <strong>de</strong> Moisés, o qual já havia citado, on<strong>de</strong> o Senhor ameaça<br />

Israel, ou seja: como havia ele sido provocado a zelos pelos falsos<br />

<strong>de</strong>uses <strong>de</strong> Israel, assim também, pela lei <strong>de</strong> talião, ele provocaria os<br />

ju<strong>de</strong>us, visto serem eles uma nação sem entendimento.

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