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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 11 • 457<br />

os gentios à vida. 14 Não existe problema, como presumem alguns,<br />

que a reconciliação não seja distinta da ressurreição. Enten<strong>de</strong>mos<br />

ressurreição, aqui, no sentido <strong>de</strong> um ato pelo qual somos transferidos<br />

do reino da morte para o reino da vida. Ainda que o tema seja um e<br />

o mesmo, cada termo tem sua ênfase distinta e peculiar, o que basta<br />

para imprimir maior força ao argumento.<br />

16. E se as primícias forem santas,<br />

assim o será a massa; se a raiz for<br />

santa, também os ramos o serão.<br />

17. Se, porém, alguns dos ramos foram<br />

quebrados, e tu, sendo oliveira brava,<br />

foste enxertado no meio <strong>de</strong>les,<br />

e te tornaste participante da raiz e<br />

da seiva da oliveira, não te glories<br />

contra os ramos;<br />

18. porém, se te gloriares, sabe que não<br />

és tu que sustentas a raiz, mas a raiz<br />

a ti.<br />

19. Dirás, pois: Alguns ramos foram<br />

quebrados para que eu fosse enxertado<br />

[na oliveira].<br />

20. Bem! pela sua incredulida<strong>de</strong> foram<br />

quebrados; tu, porém, mediante a fé<br />

estás firme. Não te ensoberbeças,<br />

mas teme.<br />

21. Porque se Deus não poupou os<br />

ramos naturais, também não te poupará.<br />

16. Quòd si primitiæ sanctæ, etiam<br />

conspersio; et si radix sancta etiam<br />

rami:<br />

17. Si verò ex ramis quidam <strong>de</strong>fracti<br />

sunt, tu verò oleaster quum esses,<br />

insitus es pro ipsis, et particeps factus<br />

es radicis et pinguedinis oleæ;<br />

18. Ne contra ramos glorieris: quòd si<br />

gloriaris, non tu radicem portas;<br />

sed radix te.<br />

19. Dices ergo, Defracti sunt rami, ut<br />

ego insererer.<br />

20. Bene; propter incredulitatem <strong>de</strong>fracti<br />

sunt, tu verò fi<strong>de</strong> stabilitus<br />

es; Ne animo efferaris, sed timeas.<br />

21. Si enim Deus naturalibus ramis non<br />

perpercit, vi<strong>de</strong> ne qua fit, ut et tibi<br />

non parcat.<br />

14 Alguns consi<strong>de</strong>ram as últimas palavras, “vida dos mortos”, como indicando os ju<strong>de</strong>us,<br />

não os gentios. Mas a antítese parece requerer os últimos. A rejeição ἀποβολὴ dos ju<strong>de</strong>us<br />

era a ocasião <strong>de</strong> reconciliação com o mundo, isto é, com os gentios; então a recepção,<br />

πρόσληψις, dos ju<strong>de</strong>us seria “vida dos mortos” para os gentios ou para o mundo. Ele usa<br />

termos mais fortes para expressar o sentimento no versículo 12, “as riquezas do mundo”,<br />

só para insinuar, como parece, o estado <strong>de</strong>ca<strong>de</strong>nte da religião entre os gentios; pois estar<br />

morto às vezes significa um <strong>de</strong>clínio religioso [Ap 3.1, 2]; ou um estado <strong>de</strong> opressão e<br />

miséria, como foi o caso dos israelitas quando em cativeiro [Ez 37.1-14; Is 26.19]. A frase é<br />

evi<strong>de</strong>ntemente figurativa, e significa um maravilhoso avivamento, tal como a vinda à vida<br />

daqueles em condição semelhante à <strong>de</strong> morte. A restauração dos ju<strong>de</strong>us ao favor <strong>de</strong> Deus<br />

ocasionará o avivamento e difundirá a verda<strong>de</strong>ira religião por todo o mundo gentílico.<br />

Esse é claramente o significado.<br />

Alguns dos pais, tais como Crisóstomo e Teodoreto, consi<strong>de</strong>ravam as palavras como uma<br />

referência à ressurreição final, mas isso está em total discordância com o contexto.

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