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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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492 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

razão para a sabedoria sóbria da qual está tratando aqui. Visto haver<br />

uma distribuição variada <strong>de</strong> graças, cada um <strong>de</strong>termina a melhor<br />

maneira <strong>de</strong> tornar-se sábio, enquanto se mantém <strong>de</strong>ntro dos limites<br />

da graça da fé que lhe é conferida pelo Senhor. Quando, pois, não<br />

levamos em conta aquilo que temos recebido, mas avançamos os<br />

limites do conhecimento, <strong>de</strong>monstrando <strong>de</strong>satenção e temerida<strong>de</strong>,<br />

revelamos afetação <strong>de</strong> sabedoria não só em questões <strong>de</strong>snecessárias,<br />

e que não nos trazem nenhum proveito ao conhecimento, mas também<br />

em questões que, ao contrário, nos são úteis ao conhecimento.<br />

Deus não tolera tal insolência sem punição. Vemos com freqüência<br />

como aqueles que, por sua tola ambição, vão além dos limites que<br />

lhes são impostos se extraviam por sua própria estupi<strong>de</strong>z. 7<br />

A substância do assunto é como segue: é parte <strong>de</strong> nosso sacrifício<br />

racional que todos nos apresentemos para que sejamos governados<br />

e guiados por Deus com um espírito dócil e suscetível à instrução.<br />

Ao pôr a fé em oposição ao juízo humano, o apóstolo nos <strong>de</strong>svia <strong>de</strong><br />

nossas próprias opiniões e, ao mesmo tempo, propositadamente,<br />

impõe limites aos crentes para que humil<strong>de</strong>mente se mantenham<br />

também <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> seus próprios <strong>de</strong>feitos. 8<br />

4. Porque, assim como num só corpo<br />

temos muitos membros, mas nem<br />

todos os membros têm a mesma<br />

função,<br />

5. assim também nós, conquanto muitos,<br />

somos um só corpo em Cristo e<br />

individualmente membros uns dos<br />

outros,<br />

4. Quemadmodum enim in uno corpore<br />

membra multa habemus,<br />

membra verò omnia non ean<strong>de</strong>m<br />

habent actionem;<br />

5. Sic multi unum sumus corpus in<br />

Christo membra mutuò alter alterius.<br />

7 “É melhor”, diz Agostinho, “ter dúvida das coisas ocultas, do que conten<strong>de</strong>r sobre coisas<br />

incertas.”<br />

8 A expressão “a medida da fé”, μέτρον πίστεως, é explicada variadamente. Alguns, como<br />

Beza e Pareus, consi<strong>de</strong>ram ‘fé’ aqui como incluindo religião ou verda<strong>de</strong> cristã, visto fé ser<br />

o princípio primordial, “como Deus dividiu a cada um a medida da verda<strong>de</strong> ou conhecimento<br />

cristão”. Outros presumem com Me<strong>de</strong> que ‘fé’ aqui <strong>de</strong>ve ser tomada como sendo<br />

aqueles vários dons e revestimentos que Deus conce<strong>de</strong>u aos que creram ou professaram<br />

a fé do evangelho; “como Deus dividiu a cada um a medida daqueles dons que vêm pela<br />

fé, ou que são dados aos que crêem.” Po<strong>de</strong>mos, contudo, tomar ‘fé’ aqui como sendo a<br />

graça, e consi<strong>de</strong>rar o significado como sendo o mesmo <strong>de</strong> Efésios 4.7.

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