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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 2 • 105<br />

estes argumentos <strong>de</strong> acusação e <strong>de</strong>fesa no dia do Senhor, não só pelo<br />

fato <strong>de</strong> que somente então é que aparecerão, porquanto são constantemente<br />

ativos no cumprimento <strong>de</strong> sua função nesta vida, mas porque,<br />

então, também entrarão em vigor. O propósito do argumento <strong>de</strong> Paulo,<br />

aqui, é impedir que alguém menospreze tais argumentos como sendo<br />

<strong>de</strong> pouca importância ou permanente significação. Como já vimos, ele<br />

pôs no dia em vez <strong>de</strong> até ao dia.<br />

16. No dia em que Deus julgará os segredos dos homens. 14 Esta<br />

<strong>de</strong>scrição ampliada do juízo divino é mais apropriada para a presente<br />

passagem. Ele informa aos que intencionalmente se ocultam nos refúgios<br />

<strong>de</strong> sua insensibilida<strong>de</strong> moral, que as intenções mais íntimas, que<br />

presentemente se acham inteiramente escondidas no recôndito <strong>de</strong><br />

seus corações, serão, então, trazidas à plena luz. Assim, em outra passagem,<br />

Paulo procura mostrar aos coríntios <strong>de</strong> quão pouco mérito é o<br />

juízo humano que se <strong>de</strong>ixa fascinar pelas aparências exteriores. Ele os<br />

conclama a que aguar<strong>de</strong>m até à vinda do Senhor, “o qual não somente<br />

trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará<br />

os <strong>de</strong>sígnios dos corações” [1Co 4.5]. Ao ouvirmos isto, lembremo-nos<br />

daquela admoestação, a saber: se aspiramos a real aprovação por parte<br />

<strong>de</strong> nosso Juiz, empenhemo-nos por cultivar a sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração.<br />

Ele adiciona a expressão, segundo meu evangelho, para provar<br />

que está a oferecer uma doutrina que correspon<strong>de</strong> aos juízos inatos<br />

e errado em sua própria conduta, e seus raciocínios acusando-se ou vindicando-se.”<br />

Consi<strong>de</strong>rar, porém, as duas cláusulas como se referindo à consciência e às obras interiores<br />

da mente, parece mais consistente com o contexto. Os gentios são os que estão em<br />

pauta: Deus lhes <strong>de</strong>u, não uma lei externa, mas a lei da natureza, que é interna. Daí, no<br />

versículo seguinte ele fala <strong>de</strong> Deus como julgando “os segredos dos homens”, como a lei<br />

interna será a regra <strong>de</strong> julgamento para os gentios.<br />

14 Em concordância com alguns dos pais, Jerônimo, Crisóstomo, Teofilato e outros, Calvino<br />

conecta isto com o versículo imediatamente prece<strong>de</strong>nte; porém quase todos os críticos<br />

mo<strong>de</strong>rnos o conectam com o versículo 12, e consi<strong>de</strong>ram o que intercala como parentético.<br />

Isso confere com nossa versão. No versículo 12, tanto o gentio quanto o ju<strong>de</strong>u estão<br />

mencionados, e isso com referência ao juízo. Neste versículo, o tempo e o caráter <strong>de</strong>sse<br />

juízo estão em pauta, e seu caráter especialmente quanto ao gentio, como seu caso é<br />

particularmente <strong>de</strong>lineado no parêntese. O Apóstolo, pois, no que se segue, se volta para<br />

o ju<strong>de</strong>u. “Segundo meu evangelho” <strong>de</strong>vemos enten<strong>de</strong>r não como se o evangelho fosse a<br />

regra do juízo para o gentio, mas quanto ao fato <strong>de</strong> que Cristo é <strong>de</strong>signado como o Juiz <strong>de</strong><br />

todos. Veja-se Atos 17.31.

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