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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 9 • 377<br />

em que a eleição especial <strong>de</strong> Deus fora revelada não só a Abraão,<br />

mas também, mais tar<strong>de</strong>, a Rebeca, enquanto levava os gêmeos em<br />

seu ventre. 10<br />

11. E as crianças não eram ainda nascidas. Ele agora começa a<br />

pôr-se mais a <strong>de</strong>scoberto, a fim <strong>de</strong> mostrar a razão <strong>de</strong>sta diferença,<br />

a qual, nos informa ele, <strong>de</strong>ve ser encontrada unicamente na eleição<br />

divina. Inicialmente notara, <strong>de</strong> forma sucinta, que havia certa diferença<br />

entre os filhos naturais e os <strong>de</strong> Abraão, ou, seja: ainda que,<br />

pela circuncisão, todos haviam sido adotados na participação do<br />

pacto, todavia a graça divina não fora eficaz em todos eles. Portanto,<br />

aqueles que <strong>de</strong>sfrutam dos benefícios divinos são os filhos da<br />

promessa. Paulo, não obstante, ou guardara silêncio, ou no mínimo<br />

fizera uma alusão um tanto velada sobre a causa <strong>de</strong>sta ocorrência.<br />

Mas agora ele faz uma clara referência a toda a causa da eleição<br />

imerecida <strong>de</strong> Deus, a qual em hipótese alguma <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do homem.<br />

Na salvação dos santos não temos que buscar uma causa maior fora<br />

da munificência divina, e nenhuma causa maior na <strong>de</strong>struição dos<br />

réprobos além <strong>de</strong> sua justa severida<strong>de</strong>.<br />

A primeira proposição <strong>de</strong> Paulo, pois, é a seguinte: “Como a<br />

bênção do pacto separa o povo <strong>de</strong> Israel <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>mais nações,<br />

assim também a eleição divina faz distinção entre as pessoas <strong>de</strong>sta<br />

nação, ao tempo em que pre<strong>de</strong>stina alguns para a salvação e outros<br />

para a con<strong>de</strong>nação eterna.” Eis a segunda proposição: “Não há outro<br />

fundamento para esta eleição senão unicamente a munificência divina,<br />

bem como sua mercê [revelada] <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a queda <strong>de</strong> Adão, a qual abraça<br />

todos aqueles <strong>de</strong> quem ele se agrada, sem nenhuma consi<strong>de</strong>ração por<br />

10 Aqui está um notável exemplo <strong>de</strong> uma dificulda<strong>de</strong> quanto à construção, enquanto que o<br />

significado da passagem como um todo é bem evi<strong>de</strong>nte. A elipse tem sido complementada<br />

<strong>de</strong> forma variada: “e não somente isto”, ou, seja, o que eu <strong>de</strong>clarei; “e não somente ele”,<br />

ou, seja, Abraão a quem se fez a primeira comunicação; “e não somente ela”, ou, seja,<br />

Sara, mencionada no versículo prece<strong>de</strong>nte; “mas também Rebeca é outro exemplo”. Mas<br />

po<strong>de</strong>ria ser assim complementado: “e não somente assim”, ou, seja, quanto à palavra da<br />

promessa; “mas também Rebeca teve uma palavra”, ou uma mensagem a ela comunicada.<br />

Que o versículo tem em si um significado distinto, é bem evi<strong>de</strong>nte, pois o seguinte começa<br />

com um γὰρ, ‘pois’; e concluir o versículo 11 em um parêntese não parece <strong>de</strong> forma<br />

alguma satisfatório.

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