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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 16 • 585<br />

2. Ao adicionar, <strong>de</strong> maneira digna dos santos, ele insinua que seria<br />

algo indigno dos servos <strong>de</strong> Cristo <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> mostrar para com ela<br />

aquela honra e bonda<strong>de</strong> das quais é merecedora. Portanto é justo não<br />

só que nos congracemos afetuosamente com todos os membros <strong>de</strong><br />

Cristo, mas também que revelemos respeito, e <strong>de</strong>diquemos especial<br />

amor e honra aos que exercem algum ofício público na Igreja. Visto<br />

que ela invariavelmente tem <strong>de</strong>monstrado um espírito humanitário<br />

para com todos os irmãos, o apóstolo agora solicita que eles, como<br />

recompensa, a recebam com carinho e assistência naquilo <strong>de</strong> que<br />

vier a precisar. É um ato <strong>de</strong> mera cortesia não negligenciar alguém<br />

cuja disposição é naturalmente benevolente, sempre que solicitar a<br />

assistência <strong>de</strong> outrem. A fim <strong>de</strong> encorajar esta atitu<strong>de</strong> neles, Paulo<br />

se inclui entre aqueles que foram beneficiados pela benevolência<br />

<strong>de</strong>la. O caráter do ministério que ele está discutindo aqui é também<br />

<strong>de</strong>scrito em 1 Timóteo 5.10. Os pobres eram sustentados dos erários<br />

públicos da Igreja, e eram supervisionados por pessoas encarregadas<br />

<strong>de</strong>ste ofício. Para este, eram escolhidas viúvas que, uma vez sendo<br />

livres dos <strong>de</strong>veres domésticos e não sendo impedidas pelos filhos,<br />

<strong>de</strong>sejavam <strong>de</strong>dicar-se totalmente a Deus para algum serviço religioso.<br />

Elas eram, pois, recebidas neste ofício ao qual se sujeitavam e<br />

pelo qual respondiam, justamente como alguém que, ao contratar<br />

seus serviços, cessa <strong>de</strong> ser livre e <strong>de</strong> cuidar <strong>de</strong> seus próprios negócios.<br />

O apóstolo, pois, as acusa <strong>de</strong> violarem sua fé se, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

assumirem uma função, em seguida a renunciassem [1Tm 5.11-12].<br />

Visto que <strong>de</strong>veriam viver uma vida solteira, ele as proíbe <strong>de</strong> aceitarem<br />

nomeação caso contassem com menos <strong>de</strong> sessenta anos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sse gênero, e Grotius diz que eram or<strong>de</strong>nadas pela imposição das mãos antes do Concílio<br />

<strong>de</strong> Laodicéia, o qual proibiu a prática. Seu ofício, segundo Bingham e Suicer, referido<br />

por Schleusner, era batizar as mulheres, ensinar os catecúmenos femininos, visitar os<br />

doentes e cumprir outros ofícios inferiores na Igreja. Mas essa foi uma situação <strong>de</strong>pois<br />

dos tempos apostólicos, e não há razão para se crer que Febe fosse <strong>de</strong>ssa or<strong>de</strong>m. Ela evi<strong>de</strong>ntemente<br />

era uma gran<strong>de</strong> auxiliadora da causa cristã, como algumas outras mulheres<br />

são também mencionadas neste capítulo, e ela foi auxiliadora <strong>de</strong> muitas <strong>de</strong>ntre elas [v.<br />

2], e não <strong>de</strong> uma Igreja, mas também do próprio Paulo; e à luz do que se diz no versículo<br />

2, parece provável que ela era uma mulher que efetuava algum negócio, e que foi a Roma<br />

pelo menos em parte com essa finalida<strong>de</strong>.

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