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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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118 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

28. Porque não é ju<strong>de</strong>u o que o é exteriormente. O significado consiste<br />

em que o verda<strong>de</strong>iro ju<strong>de</strong>u não será julgado nem por sua linhagem<br />

natural, o título <strong>de</strong> sua profissão [<strong>de</strong> fé], nem por um símbolo externo;<br />

e que a circuncisão que constitui um ju<strong>de</strong>u não consiste apenas num<br />

sinal externo, mas que ambos são internos. As observações que Paulo<br />

adiciona concernentes à genuína circuncisão são tomadas <strong>de</strong> diversas<br />

passagens da Escritura, bem como <strong>de</strong> seu ensino geral. Pessoas <strong>de</strong> todos<br />

os rincões são convocadas a circuncidarem seus corações, e tal coisa<br />

o Senhor promete que ele mesmo fará. A remoção do prepúcio [fimose<br />

do penis] não significa a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> uma pequena parte [do corpo<br />

humano], mas uma ruptura da natureza toda. Circuncisão, pois, era a<br />

mortificação <strong>de</strong> toda a carne.<br />

29. As palavras que Paulo adiciona – no espírito, não na letra –<br />

<strong>de</strong>vem ser assim entendidas: por letra, ele quer dizer o rito externo,<br />

sem vida espiritual; e por espírito, ele quer dizer a substância [finem]<br />

<strong>de</strong>ste rito, a qual é espiritual. Visto que toda a importância <strong>de</strong> sinais<br />

e ritos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu propósito [a fine pen<strong>de</strong>at], se este propósito é<br />

removido, permanecerá tão-somente a letra, que em si mesma é inútil.<br />

A razão para Paulo expressar-se assim consiste em que on<strong>de</strong> a voz <strong>de</strong><br />

Deus ressoa, tudo o que ele or<strong>de</strong>na, se os ouvintes não o receberem<br />

com sincerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> coração, ficará na letra, ou, seja, na escrita morta<br />

[in frigida scriptura]. Entretanto, se sua voz penetra o coração, ela é,<br />

em alguma medida, transformada no espírito. Há uma alusão, aqui,<br />

à diferença existente entre o antigo e o novo pactos, como observa<br />

Jeremias [31.33], numa passagem em que o Senhor <strong>de</strong>clara que ele<br />

ratificará e estabelecerá seu pacto, <strong>de</strong>pois que tiver posto sua lei nas<br />

regiões internas [do homem] e escrito a mesma em seu coração. Paulo<br />

também tinha o mesmo ponto em sua mente, em outro contexto [2Co<br />

3.6], on<strong>de</strong> compara a lei com o evangelho, e chama <strong>de</strong> letra à primeira,<br />

a qual não é meramente morta, mas também assassina; enquanto que<br />

ao último ele adorna com o título espírito. Aqueles que têm tomado letra<br />

como sendo o significado genuíno, e espírito, em sentido alegórico, têm<br />

interpretado a passagem <strong>de</strong> forma completamente equivocada.

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