27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

552 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

se aplica a tudo quanto fazemos. Muitos omitem os piores crimes<br />

sem sentir qualquer escrúpulo na consciência, mas proce<strong>de</strong>m assim<br />

<strong>de</strong>vido a que fecham seus olhos e se precipitam <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nadamente,<br />

<strong>de</strong>ixando-se arrastar pela intemperança <strong>de</strong> sua carne cega e <strong>de</strong>senfreada.<br />

Existe uma gran<strong>de</strong> diferença entre estupi<strong>de</strong>z e discernimento.<br />

Aquele, pois, que sabe discriminar o que faz é feliz, contanto que<br />

não seja picado por alguma acusação em sua consciência em chama,<br />

quando honestamente pesa e pon<strong>de</strong>ra sobre o que está fazendo. Esta<br />

é a única segurança que po<strong>de</strong> fazer nossas obras agradáveis a Deus.<br />

Assim Paulo remove a vã escusa que muitos apresentam em prol<br />

<strong>de</strong> sua ignorância, visto que seu erro está mesclado <strong>de</strong> indolência e<br />

negligência. Se boa intenção (como é chamada) fosse suficiente, o<br />

exame pelo qual o Espírito <strong>de</strong> Deus avalia as obras humanas, nesta<br />

questão, não seria necessário. 18<br />

23. Mas aquele que tem dúvida é con<strong>de</strong>nado. O apóstolo usa uma<br />

palavra única e bem escolhida para expressar o estado <strong>de</strong> uma mente<br />

que oscila e está incerta do necessário curso <strong>de</strong> ação. Duvidar significa<br />

mudar <strong>de</strong> uma posição para outra e permanecer em suspenso entre<br />

vários planos <strong>de</strong> ação sem saber que rumo tomar. O principal elemento<br />

nas boas obras é a certeza e serena segurança <strong>de</strong> uma mente que<br />

está cônscia <strong>de</strong> estar agindo corretamente diante <strong>de</strong> Deus. Portanto,<br />

nada é mais oposto à aprovação <strong>de</strong> nossas obras do que uma mente<br />

sobressaltada e confusa. 19 Quisera Deus que esta verda<strong>de</strong> fosse bem<br />

implantada nas mentes humanas! Devíamos estar atentos somente<br />

para aquilo sobre o qual a mente está persuadida <strong>de</strong> ser aceitável a<br />

18 A vesão <strong>de</strong> Calvino é: “Beatus qui non judicat seipsum in eo quod examinat”, μακάριος ὅ<br />

μὴ κρίνων ἑαυτὸν ἐν δοκιμάζει; a última parte é traduzida por Beza e Piscator, “in eo quod<br />

approbat – naquilo que ele aprova”; por Doddridge, “na coisa que ele admite”; por Macknight,<br />

“pelo que ele aprova.” A referência é sem dúvida ao forte que tinha ‘fé’, que cria<br />

que todos os alimentos são lícitos. O verbo significa experimentar, examinar, bem como<br />

aprovar; mas o último parece ser seu significado aqui.<br />

19 O grego é ὁ διακρινόμενος, “aquele que discerne”, isto é, a diferença entre os alimentos;<br />

assim Doddridge, Macknight e Chalmers consi<strong>de</strong>ram ser este seu sgnificado. Beza tem<br />

“qui dubitat – quem duvida”. A palavra usada por Calvino é dijudicat, que propriamente<br />

significa julgar entre coisas, discernir, porém segundo sua exposição significa julgar <strong>de</strong><br />

duas formas, ficar in<strong>de</strong>ciso.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!