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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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282 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

dância com a prática usual em torno <strong>de</strong> um tema em disputa, visto<br />

que ele não está aqui consi<strong>de</strong>rando a natureza da lei, e, sim, a falsa<br />

opinião <strong>de</strong> seus oponentes. 17<br />

Pelo contrário, o pecado. Sem preten<strong>de</strong>r associar o ponto em<br />

questão a outros, sou <strong>de</strong> opinião que a passagem <strong>de</strong>veria ser lida<br />

como a traduzi. Portanto, seu significado é como segue: “Antes <strong>de</strong><br />

ser <strong>de</strong>scoberto pela lei, o pecado é, em certa medida, justificado.<br />

Contudo, ao ser revelado pela ocasião da lei, então ele fica <strong>de</strong>finitivamente<br />

caracterizado como pecado, e revela ser algo muito mais<br />

ímpio e ‘pecaminoso’ – se porventura me é lícito usar tal expressão<br />

–, visto converter a benevolência universal da lei em nossa própria<br />

<strong>de</strong>struição. Algo inerentemente mui saudável, mas que <strong>de</strong> outra forma<br />

se nos transforma em um elemento nocivo, então se nos afigura<br />

assustador.” O significado, pois, é o seguinte: era indispensável que<br />

a atrocida<strong>de</strong> do pecado fosse <strong>de</strong>tectada pela lei. Se o pecado não<br />

tivesse afluído com monstruoso e <strong>de</strong>sastroso excesso, o mesmo<br />

não seria reconhecido como pecado. Tal excesso, contudo, aflui<br />

com uma profusão <strong>de</strong> feroz violência, ao converter a vida em morte.<br />

Remove-se, pois, toda e qualquer base para justificativa. 18<br />

14. Porque bem sabemos que a lei é<br />

espiritual; eu, todavia, sou carnal,<br />

vendido ao pecado.<br />

15. Porque nem mesmo compreendo<br />

o meu modo <strong>de</strong> agir, pois o que<br />

não quero fazer, isso pratico; o que<br />

o<strong>de</strong>io, é isso mesmo que faço.<br />

14. Scimus enim quòd Lex spiritualis<br />

est: ego autem carnalis sum, venditus<br />

sub peccato.<br />

15. Quod enim operor,non intelligo; siqui<strong>de</strong>m<br />

non quod volo, hoc ago: sed<br />

quod odi, hoc facio.<br />

17 Isso dificilmente se po<strong>de</strong> admitir. O Apóstolo em Coríntios evi<strong>de</strong>ntemente afirma um fato,<br />

como amiú<strong>de</strong> faz, sem entrar em explicação; e o fato era que a lei provou ser a ministração<br />

<strong>de</strong> morte. Ela, porém, provou ser assim através do pecado e da perversida<strong>de</strong> do<br />

homem.<br />

18 Erasmo, Beza, Pareus e outros elaboram a elipse: “se me tornou em morte” <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

‘pecado’. Porém não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adicionar nada. A sentença toda é totalmente<br />

hebraísta. O que parcialmente se anuncia nas palavras: “para que o pecado aparecesse”<br />

é mais plenamente afirmado na última cláusula; e a partícula, ‘operando’ – κατεργαζομένη,<br />

é usada no lugar <strong>de</strong> um verbo, estando subentendido o verbo auxiliar. Vejam-se exemplos<br />

semelhantes em 14.9-13. A versão <strong>de</strong> Calvino é sem dúvida correta. O que segue o último<br />

ἵνα explica mais plenamente o que vem <strong>de</strong>pois do primeiro.

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