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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 9 • 367<br />

opinião, adicionada com o propósito <strong>de</strong> humilhar os ju<strong>de</strong>us, mas<br />

para, ao contrário, gerar neles confiança na pessoa do apóstolo.<br />

Ainda que os ju<strong>de</strong>us houvessem <strong>de</strong>serdado a Paulo, ele não oculta<br />

o fato <strong>de</strong> que sua origem está radicada nesta nação, cuja eleição<br />

perpetuou vigorosamente na raiz, mesmo quando os ramos haviam<br />

murchado. A interpretação <strong>de</strong> Budaeus acerca do termo anathema<br />

contradiz Crisóstomo, que confundiu ἀνάθεμα com ἀνάθημα.<br />

4. [Que] são israelitas. Ele agora explica por que a <strong>de</strong>struição<br />

<strong>de</strong> seu povo lhe causara tanto infortúnio que se sentia até mesmo<br />

disposto a redimi-lo com sua própria morte. Eles eram israelitas. O<br />

pronome relativo [que, subentendido] substitui um advérbio causal.<br />

Esta é a mesma angústia que atormentava Moisés quando <strong>de</strong>sejou<br />

ser eliminado do livro da vida, contanto que a raça eleita e santa <strong>de</strong><br />

Abraão não se reduzisse a nada [ x 32.32]. Além do afeto humano,<br />

o apóstolo assinala outras razões <strong>de</strong> maior importância que o obrigavam<br />

a amar os ju<strong>de</strong>us. O Senhor lhes <strong>de</strong>ra o elevado privilégio<br />

<strong>de</strong> serem separados da or<strong>de</strong>m comum do gênero humano. Estes<br />

sublimes louvores emanados <strong>de</strong> seus lábios, dirigidos à dignida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>les, são provas <strong>de</strong> seu amor. Geralmente, só dirigimos expressões<br />

amorosas a quem realmente amamos. Ainda que os ju<strong>de</strong>us, apesar<br />

<strong>de</strong> sua ingratidão, fossem célebres por esses dons divinos, mesmo<br />

não os merecendo, Paulo não cessa <strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-lhes o <strong>de</strong>vido respeito.<br />

Daqui apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>le que os ímpios não po<strong>de</strong>m corromper<br />

os sublimes dons divinos, <strong>de</strong> tal maneira que <strong>de</strong>ixem <strong>de</strong> ser sempre<br />

merecidamente dignos dos mais elevados encômios e <strong>de</strong> serem<br />

tidos na mais elevada estima, mesmo quando os que os usam <strong>de</strong>les<br />

abusem, sem nada <strong>de</strong>rivar dos mesmos senão ainda maior infâmia.<br />

Assim como não <strong>de</strong>vemos menosprezar os dons divinos nos ímpios,<br />

com base no ódio <strong>de</strong>les para conosco, assim, ao contrário, <strong>de</strong>vemos<br />

usar <strong>de</strong> prudência a fim <strong>de</strong> que nossa bondosa estima e consi<strong>de</strong>ração<br />

por eles não lhes inflame o orgulho, e muito menos adquiram<br />

nossos louvores a aparência <strong>de</strong> bajulação. Imitemos a Paulo, que<br />

confirmou os privilégios dos ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong> uma forma tal que a seguir

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