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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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416 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

os profetas como testemunhas <strong>de</strong> sua tese, esta dificulda<strong>de</strong> ainda<br />

permaneceria. Por que a lei prescreve outra forma <strong>de</strong> justiça? Ele,<br />

pois, remove esta dificulda<strong>de</strong> mui satisfatoriamente ao estabelecer<br />

a justiça [proce<strong>de</strong>nte] da fé pelo ensino da própria lei.<br />

Devemos enten<strong>de</strong>r a razão por que Paulo faz a lei concordar com<br />

a fé, e ao mesmo tempo põe a justiça [proce<strong>de</strong>nte] da lei em oposição<br />

à justiça [proce<strong>de</strong>nte] da fé. A palavra lei é usada num duplo<br />

sentido. Ela às vezes significa toda a doutrina ensinada por Moisés,<br />

e às vezes significa aquela parte que pertence peculiarmente a seu<br />

ministério e que se acha contida em seus preceitos, recompensas<br />

e punições. O ofício universal a que Moisés fora incumbido era a<br />

instrução do povo na genuína norma <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong>. Se isso é assim,<br />

então era seu <strong>de</strong>ver pregar o arrependimento e a fé. Esta, porém,<br />

não po<strong>de</strong> ser ensinada sem o oferecimento das promessas, aquelas<br />

graciosas promessas da mercê divina. Paulo, pois, se viu impulsionado<br />

a ser um pregador do evangelho, e é evi<strong>de</strong>nte à luz <strong>de</strong> muitas<br />

passagens que ele <strong>de</strong>sincumbiu-se <strong>de</strong>ste ofício com fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong>. A fim<br />

<strong>de</strong> ensinar o arrependimento ao povo, era imprescindível que ele o<br />

instruísse naquela forma <strong>de</strong> vida aceitável a Deus. E ele incluiu isto<br />

nos preceitos da lei. Para que pu<strong>de</strong>sse instilar na mente do povo<br />

amor à justiça, bem como implantar também ódio à iniqüida<strong>de</strong>, ele<br />

tinha que adicionar promessas e ameaças para <strong>de</strong>clarar tanto as<br />

recompensas que foram feitas aos justos como as terríveis punições<br />

[prometidas] aos pecadores. O <strong>de</strong>ver agora a ser <strong>de</strong>sincumbido pelo<br />

povo consistia em consi<strong>de</strong>rar <strong>de</strong> quantas formas eram acusados e<br />

quão longe se achavam <strong>de</strong> merecer a graça divina por suas obras. Ao<br />

sentir-se <strong>de</strong>sanimados <strong>de</strong> conseguir alguma justiça por seus próprios<br />

esforços, então procuram refúgio na munificência divina – a <strong>de</strong> Cristo<br />

mesmo. Esse era o propósito do ministério <strong>de</strong> Moisés.<br />

As promessas do evangelho são encontradas esparsamente, aqui<br />

e ali, nos escritos <strong>de</strong> Moisés, e são um tanto obscuras; enquanto que<br />

os preceitos e as recompensas, <strong>de</strong>stinados àqueles que observam a<br />

lei, ocorrem com freqüência. A função, pois, <strong>de</strong> ensinar o caráter da

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