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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 4 • 177<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> causa e efeito, pois a causa sempre prece<strong>de</strong> o efeito; e<br />

Abraão possuía a justiça antes que a circuncisão houvesse sido<br />

estabelecida.<br />

11. E recebeu o sinal da circuncisão<br />

como selo da justiça da fé que teve<br />

quando ainda se achava no regime<br />

da incircuncisão; para vir a ser o pai<br />

<strong>de</strong> todos os que crêem, embora já<br />

no regime da circuncisão, para que<br />

a justiça pu<strong>de</strong>sse ser-lhes imputada;<br />

12. e pai da circuncisão, isto é, daqueles<br />

que não são apenas circuncisos,<br />

mas também andam nas pisadas da<br />

fé que teve nosso pai Abraão antes<br />

<strong>de</strong> ser circuncidado.<br />

11. Et signum accepit circumcisionis,<br />

sigillum justitiæ fi<strong>de</strong>i quæ fuerat in<br />

præputio; ut esset pater omnium<br />

cre<strong>de</strong>ntium per præputium, quo ipsis<br />

quoque imputetur justitia;<br />

12. Et pater circumcisionis non iis qui<br />

sunt ex circumcisione tantum, sed<br />

qui insistunt vestigiis fi<strong>de</strong>i, quæ fuit<br />

in præputio patris nostri Abrahæ.<br />

11. E recebeu o sinal. Com o propósito <strong>de</strong> antecipar uma objeção,<br />

Paulo mostra que, embora não tivesse po<strong>de</strong>r para justificar,<br />

a circuncisão não era <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> proveito e nem supérflua, visto<br />

que tinha outra utilida<strong>de</strong> muito mais excelente, a saber: a função <strong>de</strong><br />

selar e ratificar a justiça [proce<strong>de</strong>nte] da fé. Entrementes, ele sugere,<br />

a partir do próprio propósito da circuncisão, que ela não era a causa<br />

da justiça, embora ten<strong>de</strong> a confirmar a justiça [proce<strong>de</strong>nte] da fé já<br />

obtida quando ainda no regime da incircuncisão. Portanto, nada se<br />

acrescenta nem diminui <strong>de</strong>sta justiça.<br />

Esta é uma passagem mui notável no tocante aos benefícios<br />

gerais dos sacramentos. Segundo Paulo testifica, estes são selos<br />

pelos quais as promessas <strong>de</strong> Deus são <strong>de</strong> certa forma impressas em<br />

nossos corações, e a certeza da graça é confirmada. Embora eles,<br />

inerentemente, são <strong>de</strong> nenhum proveito, todavia Deus os <strong>de</strong>signou<br />

para que fossem instrumentos <strong>de</strong> sua graça, e pela graça secreta<br />

<strong>de</strong> seu Espírito promovem o bem dos eleitos através <strong>de</strong> seus efeitos.<br />

Ainda que para os réprobos eles sejam símbolos inanimados<br />

e inúteis, todavia retêm sempre seu po<strong>de</strong>r e seu caráter. Mesmo<br />

que nossa <strong>de</strong>scrença nos prive <strong>de</strong> seus efeitos, todavia tal fato não

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