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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 1 • 57<br />

<strong>de</strong> assegurar-se da confiança dos romanos. Aqueles que se revestem<br />

do temor do Senhor e da reverência para com ele se restringirão <strong>de</strong><br />

assumir qualquer falso juramento. Paulo, igualmente, firma seu espírito<br />

contra qualquer aparência externa <strong>de</strong> religião. Visto que muitos<br />

gostam <strong>de</strong> passar por adoradores <strong>de</strong> Deus, e conservam a aparência<br />

externa como tais, ele testifica que serve a Deus <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os recessos<br />

<strong>de</strong> seu coração. 21 É possível também que ele esteja fazendo alusão<br />

às cerimônias antigas, nas quais os ju<strong>de</strong>us baseavam o culto divino.<br />

O que ele preten<strong>de</strong> dizer, portanto, é que, embora não estivesse preparado<br />

para sua prática, não obstante era um sincero adorador <strong>de</strong><br />

Deus, como afirma em Filipenses 3.3: “Porque nós é que somos a circuncisão,<br />

nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em<br />

Cristo Jesus, e não confiamos na carne.” Ele, pois, se gloria no fato <strong>de</strong><br />

que servia a Deus com sincera <strong>de</strong>voção do coração, que é a religião<br />

genuína e o culto aprovado.<br />

Como já mencionei acima, era também <strong>de</strong> suma importância que<br />

Paulo <strong>de</strong>clarasse sua pieda<strong>de</strong> para com Deus a fim <strong>de</strong> que seu juramento<br />

viesse a ser prontamente crido, pois o perjúrio é um divertimento<br />

para os ímpios, enquanto que, para o cristão piedoso, ele é muito mais<br />

temido do que mil mortes. On<strong>de</strong> existe um real temor <strong>de</strong> Deus, <strong>de</strong>ve<br />

igualmente existir um real respeito por seu Nome. Portanto, é como<br />

se Paulo estivesse dizendo que estava bem cônscio da sacralida<strong>de</strong> do<br />

juramento e da reverência requerida ao pronunciá-lo, e que não estava<br />

levianamente evocando a Deus como testemunha, como os irreverentes<br />

costumam fazer. Seu exemplo pessoal, pois, nos ensina que, ao<br />

fazermos um juramento, <strong>de</strong>vemos evi<strong>de</strong>nciar profundo respeito pelo<br />

Nome <strong>de</strong> Deus, o qual usamos em nossa conversação, para que o mesmo<br />

conserve sua <strong>de</strong>vida autorida<strong>de</strong>. Ele, pois, prova, a partir <strong>de</strong> seu<br />

próprio ministério, que sua adoração <strong>de</strong>dicada a Deus não emana <strong>de</strong><br />

mera pretensão. A mais plena evidência <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>voção à glória <strong>de</strong><br />

Deus foi a própria negação que ele fez <strong>de</strong> si mesmo, e o fato <strong>de</strong> não<br />

21 “Sincerè et verè – sincera e verda<strong>de</strong>iramente”, Wolfius; “não apenas exteriormente, mas<br />

também cordialmente”, Hodge.

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