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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 339<br />

são sinceras e piedosas. É verda<strong>de</strong> que os incrédulos engendram<br />

irrefletidamente suas orações, mas o que fazem é zombar <strong>de</strong> Deus,<br />

visto que não há sincerida<strong>de</strong> ou serieda<strong>de</strong> neles ou um padrão corretamente<br />

or<strong>de</strong>nado. O Espírito, portanto, é quem <strong>de</strong>ve prescrever<br />

a forma <strong>de</strong> nossas orações. O apóstolo chama <strong>de</strong> inexprimíveis os<br />

gemidos que irrompem <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> nós ao impulso do Espírito, visto<br />

que vão muito além da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nosso intelecto. 30 Diz-se que<br />

o Espírito <strong>de</strong> Deus interce<strong>de</strong>, não porque ele porventura se humilhe<br />

como um suplicante a orar e a gemer, mas porque inspira em nossos<br />

corações as orações que são próprias para nos achegarmos a Deus.<br />

Em segundo lugar, ele afeta <strong>de</strong> tal forma os nossos corações que estas<br />

orações, pelo seu fervor, penetram o próprio céu. Paulo assim se<br />

expressou com o propósito <strong>de</strong> atribuir a totalida<strong>de</strong> da oração mais<br />

significativamente à graça do Espírito. Somos incitados a clamar [Mt<br />

7.7]. Mas ninguém, por sua própria iniciativa, pronunciaria uma só<br />

sílaba, com discernimento, se Deus não ouvisse o clamor <strong>de</strong> nossas<br />

almas que ce<strong>de</strong>m ao impulso secreto <strong>de</strong> seu Espírito, e não abrisse<br />

nossos corações para ele mesmo.<br />

27. E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do<br />

Espírito. O fato <strong>de</strong> Deus nos ouvir quando oramos através <strong>de</strong> seu<br />

Espírito é uma notável razão para confirmar nossa confiança, pois<br />

ele pessoalmente está intimamente familiarizado com nossas orações,<br />

como se fossem os pensamentos <strong>de</strong> seu próprio Espírito. É<br />

preciso notar bem, aqui, a proprieda<strong>de</strong> do termo sondar, o qual<br />

significa que Deus não toma conhecimento daqueles afetos do Espírito<br />

como se fossem uma novida<strong>de</strong> ou incomuns, nem os rejeita<br />

30 Ou, “a compreensão <strong>de</strong> nossa mente – ingenii nostri captum.” Schleusner diz que a palavra<br />

ἀλάλητος tem sido traduzida impropriamente por inefável ou inexprimível, e que a<br />

palavra para expressar tal idéia é ἀνεκλάλητος [1Pe 1.8], e que à luz da analogia do idioma<br />

grego significaria “o que não é pronunciado ou expresso pela boca”; e ele dá ἀκίνητον,<br />

“o que não se move”, como um exemplo. Bos e Grotius dão o mesmo significado, “sine<br />

voce – sem voz”; e o último diz que isso foi expressamente dito em função <strong>de</strong> os ju<strong>de</strong>us<br />

entreterem a noção <strong>de</strong> que não podia haver oração a não ser que seja pronunciada pelos<br />

lábios. Entretanto, consi<strong>de</strong>ra-se que a maioria tem o significado apresentado aqui: “inexprimível”<br />

ou inefável.

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