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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 5 • 211<br />

nem nos foi conferida com base em nossos méritos, conforme a feliz<br />

observação <strong>de</strong> Agostinho. Contudo, o mesmo Agostinho equivocou-<br />

-se em sua interpretação do amor <strong>de</strong> Deus. Eis sua explicação: visto<br />

que suportamos as adversida<strong>de</strong>s com persistência, então somos<br />

confirmados em nossa esperança; e visto que fomos regenerados<br />

pelo Espírito Santo, então amamos a Deus. Este po<strong>de</strong> ser um sentimento<br />

piedoso, mas não justifica a intenção <strong>de</strong> Paulo. O amor não<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado aqui em sentido ativo, mas passivo. É certo<br />

também que o que Paulo nos ensina aqui consiste em que a genuína<br />

fonte <strong>de</strong> todo o amor está na convicção que os crentes nutrem do<br />

amor divino por eles. Esta não é uma leve persuasão a imprimir-lhes<br />

certos matizes [na vida], senão que suas mentes são completamente<br />

permeadas por ele.<br />

6. Porque Cristo, quando nós ainda<br />

éramos fracos, morreu a seu tempo<br />

pelos ímpios.<br />

7. Dificilmente alguém morreria por um<br />

justo; pois po<strong>de</strong>rá ser que pelo bom<br />

alguém se anime a morrer.<br />

8. Mas Deus prova seu amor para<br />

conosco, pelo fato <strong>de</strong> ter Cristo<br />

morrido por nós, sendo nós ainda<br />

pecadores.<br />

9. Logo, muito mais agora, sendo justificados<br />

por seu sangue, seremos,<br />

por intermédio <strong>de</strong>le, salvos da ira.<br />

6. Christus enim, quum adhuc essemus<br />

infirmi secundum rationem<br />

temporis, pro impiis mortuus est:<br />

7. Vix sanè pro justo quis moriatur;<br />

nam pro bono forsan aliquis etiam<br />

mori au<strong>de</strong>at.<br />

8. Confirmat autem erga nos charitatem<br />

Deus quòd peccatores quum<br />

adhuc essemus, Christus pro nobis<br />

mortuus est:<br />

9. Multo igitur magis, justificati nunc<br />

per sanguinem ejus, servabimur<br />

per ipsum ab ira.<br />

6. Cristo morreu pelos ímpios. Em minha tradução, não aventurei<br />

conce<strong>de</strong>r-me a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> traduzir esta frase: “quando nós ainda<br />

éramos fracos”, embora tenho preferido este sentido. O presente<br />

argumento proce<strong>de</strong> do maior para o menor, e Paulo, em seguida, o<br />

adotará mais extensivamente. Embora ele não componha os liames<br />

<strong>de</strong> seu discurso <strong>de</strong> maneira distinta, a irregularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua estrutura<br />

não afetará o significado. “Se Cristo”, diz ele, “teve misericórdia do<br />

ímpio; se reconciliou seus inimigos com o Pai; se realizou isto pela

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