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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 11 • 471<br />

suas transgressões serão redimidos em Jacó. 25 Com estas palavras,<br />

Deus explicitamente chama alguns <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes a si, para que sua<br />

re<strong>de</strong>nção fosse eficaz em sua nação eleita e especial.<br />

Ainda que a expressão usada pelo profeta – ‘virá a Sião’ [Is 59.20]<br />

– se ajuste melhor a seu propósito, o apóstolo não sentiu qualquer<br />

escrúpulo em seguir a tradução comumente aceita, ou, seja: “Um<br />

re<strong>de</strong>ntor virá <strong>de</strong> Sião”. O mesmo se dá com a segunda parte, que na<br />

versão <strong>de</strong> Paulo é: “Ele apartará <strong>de</strong> Jacó as impieda<strong>de</strong>s”. Eis a tese do<br />

apóstolo: visto que o ofício específico <strong>de</strong> Cristo é reconciliar consigo<br />

um povo apóstata, que havia quebrado seu pacto, era suficiente levar<br />

em conta só este fato, para que alguma conversão fosse indubitavelmente<br />

esperada <strong>de</strong>le e não viesse a perecer todo ele em conjunto.<br />

27. Esta é minha aliança com eles. Embora o apóstolo tenha<br />

tocado <strong>de</strong> leve a última profecia citada <strong>de</strong> Isaías, sobre o ofício do<br />

Messias, objetivando alertar os ju<strong>de</strong>us sobre o que <strong>de</strong>viam principalmente<br />

esperar <strong>de</strong>le, <strong>de</strong>liberadamente adicionou estas poucas<br />

palavras <strong>de</strong> Jeremias com o mesmo propósito. As palavras que ele<br />

adiciona não aparecem na primeira passagem. 26 Este fato se acha<br />

relacionado com sua confirmação do tema em questão. Suas afirmações<br />

concernentes à conversão do povo po<strong>de</strong>m parecer incríveis,<br />

pois o povo continuava empe<strong>de</strong>rnido e incrédulo. Ele, pois, remove<br />

este obstáculo, <strong>de</strong>clarando que o novo pacto consistia na graciosa<br />

remissão <strong>de</strong> pecados. Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir <strong>de</strong>stas palavras do profeta<br />

que Deus não terá nada mais que ver com seu povo apóstata, mas<br />

que o remirá do crime <strong>de</strong> traição, bem como dos <strong>de</strong>mais pecados.<br />

25 Há mais discrepância nesta referência do que em qualquer outra que conhecemos. O<br />

apóstolo não segue literalmente nem o hebraico nem a Septuaginta, ainda que à última<br />

mais que ao primeiro. No hebraico temos “a Sião”, wyxl, e na Septuaginta, “por amor <strong>de</strong><br />

Sião”, ἕνεκευ Σιών. Então a frase seguinte é extraída verbalmente da Septuaginta, e difere<br />

materialmente do hebraico, pelo menos como traduzida em nossa versão. A Siríaca e<br />

Caldaica dão ao verbo um significado causativo, sendo o mesmo sentido aqui.<br />

26 A primeira parte <strong>de</strong>le é: “Este é meu pacto”, mas não o último: “Quando tirará seus pecados.”<br />

Alguns supõem que isso é extraído <strong>de</strong> Isaías 27.9, on<strong>de</strong> achamos esta frase na<br />

Septuaginta: “Quando eu tirar seus pecados”, τὴν ἁμαρτίαν; mas o hebraico é um pouco<br />

diferente e mais distante da forma da sentença aqui. Devemos, pois, consi<strong>de</strong>rá-la como<br />

uma sinopse do que está contido em Jeremias 31.33, e citado em Hebreus 8.10.

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