27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

146 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

estava em Cristo a fim <strong>de</strong> justificar os homens, expressa o modo <strong>de</strong><br />

sua justificação – não imputando aos homens suas transgressões [2Co<br />

5.19]. Da mesma forma, em sua Epístola aos Gálatas, ele coloca a lei<br />

em oposição à fé no tocante ao efeito da justificação, visto que a lei<br />

promete vida aos que fazem o que ela or<strong>de</strong>na [Gl 2.16], e requer não<br />

somente a prática externa <strong>de</strong> obras, mas também um amor sincero<br />

em relação a Deus. Segue-se, portanto, que na justiça proce<strong>de</strong>nte<br />

da fé não se admite qualquer mérito proveniente das obras. Parece<br />

evi<strong>de</strong>nte, pois, ser uma objeção frívola dizer que somos justificados<br />

em Cristo, visto que, uma vez renovados pelo Espírito, tornamo-nos<br />

membros <strong>de</strong> Cristo; que somos justificados por meio da fé, visto que<br />

estamos unidos, pela fé, ao corpo <strong>de</strong> Cristo; e que somos gratuitamente<br />

justificados, visto que Deus nada encontra em nós senão pecado.<br />

Portanto, estamos em Cristo, visto que estamos fora <strong>de</strong> nós<br />

mesmos; daí, estamos na fé, visto que repousamos tão-somente na<br />

misericórdia <strong>de</strong> Deus e em suas graciosas promessas; e tudo gratuitamente,<br />

visto que Deus nos reconcilia consigo mesmo ao sepultar<br />

nossos pecados. Nem tampouco po<strong>de</strong> isso restringir-se ao começo<br />

da justificação, como alguns intérpretes credulamente supõem, pois<br />

a <strong>de</strong>finição: Bem-aventurados aqueles cujas iniqüida<strong>de</strong>s são perdoadas,<br />

foi efetuada em Davi <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um extenso período <strong>de</strong> treinamento<br />

no serviço <strong>de</strong> Deus. E Abraão, ainda que um raro exemplo <strong>de</strong> santida<strong>de</strong>,<br />

trinta anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> seu chamamento e ainda não podia contar<br />

com obra alguma em que se gloriar diante <strong>de</strong> Deus, e assim sua fé<br />

na promessa lhe foi imputada para justiça. Quando Paulo nos ensina<br />

que Deus justifica os homens, não lhes imputando seus pecados, ele<br />

cita uma passagem que é diariamente repetida na Igreja. Essa paz<br />

<strong>de</strong> consciência, que é turbada na computação das obras, não é um<br />

fenômeno por apenas um dia, mas <strong>de</strong>ve prosseguir ao longo <strong>de</strong> toda<br />

a vida. Segue-se disso que, até nossa morte, somos justificados tãonão<br />

<strong>de</strong>penda <strong>de</strong>masiadamente do peso do grão ou do escrúpulo <strong>de</strong> sua confiança em<br />

seus próprios feitos – abandone inteiramente essa base e venha apoiar-se inteiramente<br />

no fundamento do sangue e da justiça do Re<strong>de</strong>ntor.” – Dr. Chalmers.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!