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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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156 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

A frase adicional, <strong>de</strong> que esta remissão teve por base a longanimida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Deus, significa simplesmente bonda<strong>de</strong>. Esta serviu para<br />

restringir o juízo divino, e o impediu <strong>de</strong> inflamar-se para nossa <strong>de</strong>struição,<br />

até que fôssemos finalmente recebidos em seu favor. Não<br />

obstante, para não parecer que esta idéia foi posta aqui à guisa <strong>de</strong><br />

antecipação com o fim <strong>de</strong> evitar-se a objeção <strong>de</strong> que esta graça surgiu<br />

somente em última instância, Paulo nos instrui que isso constitui<br />

uma evidência da longanimida<strong>de</strong> [divina].<br />

26. Tendo em vista a manifestação <strong>de</strong> sua justiça. A reiteração<br />

<strong>de</strong>sta cláusula é enfática e revela a intenção <strong>de</strong>liberada do apóstolo,<br />

visto que a mesma era muito necessária. Não há dificulda<strong>de</strong> maior do<br />

que persuadir alguém a privar-se <strong>de</strong> toda honra e atribuí-la a Deus;<br />

mesmo assim, o apóstolo intencionalmente menciona esta nova<br />

<strong>de</strong>monstração da justiça divina, visando a que os ju<strong>de</strong>us abrissem<br />

seus olhos para ela.<br />

No tempo presente. O apóstolo, corretamente, aplica ao período<br />

em que Cristo se revelou o que existira em todos os tempos, pois<br />

Deus manifestou publicamente em seu Filho o que anteriormente fora<br />

conhecido <strong>de</strong> forma obscura e em meio às sombras. Desta forma, a<br />

vinda <strong>de</strong> Cristo se <strong>de</strong>u no tempo do beneplácito divino e no dia da<br />

salvação [Is 49.8; 2Co 6.1,2]. Deus, em todas as épocas, havia dado<br />

provas <strong>de</strong> sua justiça; mas, ao nascer o Sol da Justiça, a mesma [justiça]<br />

<strong>de</strong>spontou com maior resplendor. Portanto, observemos bem<br />

a comparação entre o Velho e o Novo Testamentos, porque a justiça<br />

<strong>de</strong> Deus só se revelou claramente no tempo em que Cristo apareceu.<br />

Para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em<br />

Jesus. Esta é uma <strong>de</strong>finição daquela justiça que, como disse Paulo,<br />

foi revelada no tempo em que Cristo se manifestou, e que, segundo<br />

nos ensinou no primeiro capítulo, se fez conhecida no evangelho.<br />

Ele afirma que ela consiste <strong>de</strong> duas partes: a primeira consiste em<br />

que Deus é justo, não propriamente um entre muitos, mas o único<br />

que possui inerentemente toda a plenitu<strong>de</strong> da justiça. Ele recebe<br />

o pleno e perfeito louvor que só a ele é <strong>de</strong>vido, como o único que

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