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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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108 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

outra vez. Sobre a alegação <strong>de</strong> que tal sugestão é insatisfatória, ainda<br />

que a consi<strong>de</strong>re provável, oferecerei minha conjetura pessoal. É certo<br />

que me parece provável que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ficarem privados <strong>de</strong> suas honras<br />

em razão das muitas <strong>de</strong>rrotas, e serem espalhados por toda parte, não<br />

foram capazes <strong>de</strong> reter um mínimo <strong>de</strong> distinção tribal <strong>de</strong>finida. O censo<br />

nacional não podia ser processado no tempo <strong>de</strong>signado, e não havia<br />

nenhum governo civil em vigor, o qual era indispensável para a preservação<br />

<strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sse gênero. Suas habitações se espalharam por<br />

toda parte, e as adversida<strong>de</strong>s pelas quais se viam abatidos não <strong>de</strong>ixavam<br />

dúvida quanto a suas infrutíferas tentativas <strong>de</strong> manter seus registros<br />

genealógicos. Contudo, se porventura esta hipótese for rejeitada, não<br />

se po<strong>de</strong> negar a plausibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ter havido uma situação tal, por <strong>de</strong>mais<br />

confusa e perigosa. Seja, pois, que quisessem garantir-se para o<br />

futuro, ou para remediar o mal que já haviam suportado, o fato é que<br />

todos eles, presumo, adotaram ao mesmo tempo o nome da tribo na<br />

qual a pureza <strong>de</strong> sua religião fora preservada por mais tempo, e a qual<br />

excedia no privilégio único <strong>de</strong> ser a tribo por meio da qual o Re<strong>de</strong>ntor<br />

era esperado. Seu último refúgio, em suas extremas experiências, <strong>de</strong>via<br />

ser-lhes um consolo com a expectativa do Messias. Seja o que for, com<br />

o nome <strong>de</strong> ju<strong>de</strong>us <strong>de</strong>claravam ser os her<strong>de</strong>iros do pacto que o Senhor<br />

fizera com Abraão e sua progênie.<br />

E repousas na lei, e te glorias em Deus. O apóstolo não pretendia<br />

dizer que <strong>de</strong>scansavam no estudo da lei, como se tivessem <strong>de</strong>votado<br />

seu coração em observá-la, senão que, ao contrário disso, responsabiliza-os<br />

por não atentarem para o fim a que a lei fora dada. Na verda<strong>de</strong>,<br />

haviam negligenciado sua observação, e ainda se inflavam <strong>de</strong> orgulho<br />

simplesmente porque se sentiam persuadidos <strong>de</strong> que os oráculos divinos<br />

lhes pertenciam. Da mesma forma se gloriavam em Deus, porém não<br />

como o Senhor nos or<strong>de</strong>nara por intermédio <strong>de</strong> seus profetas [Jr 9.24],<br />

ou, seja: que <strong>de</strong>vemos humilhar-nos e buscar nossa glória unicamente<br />

nele. Sem qualquer conhecimento da benevolência divina, fizeram <strong>de</strong><br />

Deus sua proprieda<strong>de</strong> particular, embora não tomassem posse <strong>de</strong>le<br />

interiormente, e presumiam que eram seu povo, movidos por fútil

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