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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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128 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

5. Mas, se nossa injustiça faz sobressair<br />

a justiça <strong>de</strong> Deus, que diremos?<br />

Porventura é Deus injusto por aplicar<br />

sua ira? (Falo como homem!)<br />

6. Certamente que não. Se fosse assim,<br />

como iria Deus julgar o mundo?<br />

7. E se por causa <strong>de</strong> minha mentira fica<br />

em relevo a verda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, para<br />

sua glória, por que sou eu ainda julgado<br />

como pecador?<br />

8. E por que não dizemos, como alguns<br />

caluniosamente afirmam que o fazemos:<br />

Pratiquemos males para que<br />

venham bens? A con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong>stes<br />

é justa.<br />

5. Quòd si injustitia nostra Dei justitiam<br />

commendat, quid dicemus?<br />

num injustus est Deus qui infert<br />

iram? Secundum hominem dico.<br />

6. Ne ita sit: nam quomodo judicabit<br />

Deus mundum?<br />

7. Si enim veritas Dei per meum mendacium<br />

excelluit in ejus gloriam;<br />

quid etiamnum et ego velut peccator<br />

judicor;<br />

8. Et non (quemadmodum exprobratur<br />

nobis, et quemadmodum aiunt<br />

quidam nos dicere) Faciamus mala,<br />

ut veniant bona? quorum judicium<br />

justum est.<br />

5. Mas, se nossa injustiça faz sobressair a justiça <strong>de</strong> Deus. Embora<br />

seja esta uma digressão do tema principal, era necessário que<br />

o apóstolo introduzisse este pensamento a fim <strong>de</strong> não parecer estar<br />

propiciando aos mal-intencionados oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> difamar, quando<br />

bem sabia ele que estavam sempre prontos a fazê-lo. É evi<strong>de</strong>nte que<br />

viviam <strong>de</strong> espreita por uma boa chance para difamarem o evangelho, e<br />

tinham no testemunho <strong>de</strong> Davi os meios disponíveis para arquitetarem<br />

sua calúnia, ou, seja: “Se Deus não faz outra coisa senão buscar nos<br />

homens sua glorificação, por que então os pune quando o ofen<strong>de</strong>m,<br />

uma vez que ele é glorificado através da ofensa <strong>de</strong>les? Por certo<br />

que ele não tem motivo algum <strong>de</strong> ofen<strong>de</strong>r-se, já que a causa <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>sprazer é oriunda dos meios <strong>de</strong> sua própria glorificação.” Não há<br />

dúvida <strong>de</strong> que esta era uma calúnia trivial, por isso Paulo a enfatiza<br />

com freqüência, porquanto não po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong> forma alguma <strong>de</strong>ixá-la<br />

sem comentário. Porém, para evitar que se pense que aqui ele apenas<br />

expressa sua própria opinião, ele prefacia o que vai dizer afirmando<br />

que está assumindo o caráter do próprio ímpio. Com uma única frase,<br />

ele ferinamente ataca a razão humana, cuja natureza, insinua ele, é<br />

sempre falar contra a sabedoria divina. Ele não diz que fala como ímpio,<br />

e, sim, segundo o hábito dos homens. De fato é assim que suce<strong>de</strong>. Visto

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