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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 7 • 295<br />

23. Notemos atentamente o significado <strong>de</strong> homem interior e membros.<br />

Muitos têm <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r estas expressões. O homem interior,<br />

pois, não significa simplesmente a alma, mas a parte espiritual da<br />

alma que foi regenerada por Deus. Membros significam as outras partes<br />

restantes. Como a alma é a parte mais excelente, e o corpo é a parte<br />

inferior do homem, assim o espírito é superior à carne. O espírito assume<br />

o papel da alma, no homem; mas a carne, que é a alma corrompida<br />

e <strong>de</strong>teriorada, assume o lugar do corpo. Por esta razão, pois, aquele é<br />

<strong>de</strong>nominado o homem interior; e esta, os membros. O homem interior tem<br />

um sentido distinto daquele <strong>de</strong> 2 Coríntios 4.16, mas as circunstâncias da<br />

presente passagem requerem a interpretação que tenho apresentado. É<br />

<strong>de</strong>nominado o homem interior por excelência [par excellence], porque<br />

possui o coração e os afetos secretos, enquanto os apetites da carne<br />

vagueiam fora do homem. É como comparar o céu e a terra, pois Paulo<br />

está usando a palavra membros à guisa <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciativo <strong>de</strong>sdém, com o<br />

fim <strong>de</strong> <strong>de</strong>signar tudo o que é evi<strong>de</strong>nte no homem, para melhor mostrar<br />

que a nossa renovação secreta foge e escon<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> nossos sentidos,<br />

exceto até ao ponto em que é apreendido pela fé.<br />

Visto que a lei da mente indubitavelmente significa os afetos bem<br />

dirigidos, é evi<strong>de</strong>nte que é errôneo arrancar esta passagem <strong>de</strong> seu<br />

contexto e aplicá-la àqueles que não são ainda regenerados. Paulo<br />

nos ensina que estes são privados <strong>de</strong> entendimento, visto que sua<br />

alma per<strong>de</strong>u a razão [anima a ratione <strong>de</strong>generat].<br />

24. Miserável homem que sou! quem<br />

me livrará do corpo <strong>de</strong>sta morte?<br />

25. Graças a Deus por Jesus Cristo,<br />

nosso Senhor. De maneira que eu,<br />

<strong>de</strong> mim mesmo, com a mente sou<br />

escravo da lei <strong>de</strong> Deus, mas, com a<br />

carne, da lei do pecado.<br />

24. Miser ego homo! quis me eripiet à<br />

corpore mortis hoc?<br />

25. Gratias ago Deo per Iesum Christum<br />

Dominum nostrum: itaque i<strong>de</strong>m ego<br />

mente servio Legi Dei, carne autem<br />

legi peccati.<br />

24. Miserável homem que sou! O apóstolo conclui seu argumento<br />

com uma exclamação apaixonada, pela qual ele nos ensina não só<br />

que vivemos a digladiar contra nossa carne, mas também vivemos

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