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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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568 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

que era um ministro do evangelho [<strong>de</strong>stinado] aos gentios, e portanto<br />

não podia ignorar aqueles que eram <strong>de</strong>ntre os gentios. E assim ele<br />

se humilha a fim <strong>de</strong> exaltar a excelência <strong>de</strong> seu ofício. Ao realçar a<br />

graça <strong>de</strong> Deus, pela qual fora erguido para tão elevada honra, ele<br />

não permite que seu ofício apostólico fosse menosprezado. Afirma,<br />

além do mais, que não usurpara a função <strong>de</strong> mestre, mas que era<br />

para com eles apenas conselheiro, cujo <strong>de</strong>ver consiste em trazer à<br />

memória fatos já sobejamente notórios. 10<br />

16. Consagrando o evangelho. Prefiro esta tradução àquela<br />

adotada primeiramente por Erasmo – ministrando o evangelho.<br />

Paulo, indubitavelmente, está se referindo aos mistérios sagrados<br />

ministrados pelos sacerdotes. Aquele que oferece, em sacrifício,<br />

o povo a quem conquista para Deus exerce a função <strong>de</strong> sacerdote<br />

ou celebrante n ministração do evangelho. É neste sentido que<br />

ele celebra os mistérios sacros do evangelho. O sacerdócio do<br />

pastor cristão consiste, por assim dizer, em oferecer os homens<br />

em sacrifício a Deus, ao conduzi-los à obediência do evangelho,<br />

e não, como os papistas até agora arrogantemente ostentaram,<br />

em oferecer Cristo [em sacrifício] para reconciliar os homens com<br />

Deus. Não obstante, Paulo aqui não faz referência aos pastores da<br />

Igreja simplesmente como sacerdotes, como se <strong>de</strong>vessem levar<br />

o título a eles conferido perpetuamente, senão que aproveitou<br />

a oportunida<strong>de</strong> para usar esta metáfora, visto que ele <strong>de</strong>sejava<br />

enaltecer a dignida<strong>de</strong> e a eficácia do ministério. Um pregador do<br />

evangelho, portanto, <strong>de</strong>ve ter como sua meta, na realização <strong>de</strong><br />

seu ofício, oferecer a Deus as almas purificadas pela fé. Erasmo,<br />

10 Não transparece que significado Calvino anexou às palavras ἀπο μέρους, as quais ele<br />

traduz ex parte. Alguns, como Orígines, conectam a expressão com os verbos: “Eu vos<br />

escrevi em parte”, isto é, não plenamente, o que parece não ter nenhum significado<br />

consistentemente com o evi<strong>de</strong>nte teor da passagem. Outros, como Crisóstomo, Erasmo<br />

e Pareus, conectam as palavras com o adjetivo: “Eu tenho em parte (ou um tanto) mais<br />

ousadamente (ou mais francamente, ou mais confiadamente) escrito a vós.” Macknight as<br />

conecta à frase seguinte: “Evocando em parte as coisas em vossa lembrança.” Doddridge<br />

e Stuart as traduzem “nesta parte da Epístola”. O ponto <strong>de</strong> vista mais a<strong>de</strong>quado para<br />

consi<strong>de</strong>rá-las como um qualificador do adjetivo.

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