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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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92 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

8. mas ira e indignação aos contenciosos,<br />

que <strong>de</strong>sobe<strong>de</strong>cem à verda<strong>de</strong> e<br />

obe<strong>de</strong>cem à injustiça.<br />

9. Tribulação e angústia sobre toda<br />

alma do homem que faz o mal, primeiramente<br />

ao ju<strong>de</strong>u e também ao<br />

grego;<br />

10. glória, porém, e honra e paz a todo<br />

homem que faz o bem, primeiramente<br />

ao ju<strong>de</strong>u e também ao grego.<br />

8. Iis vero qui sunt contentiosi, ac veritati<br />

immorigeri, injstitiæ autem<br />

obtemperant, excan<strong>de</strong>scentia, ira,<br />

tribulatio,<br />

9. Et anxietas in omnem animam hominis<br />

perpetrantis malum, Iudæi<br />

primum simul et Græci:<br />

10. At gloria et honor et pax omni operanti<br />

bonum, Iudæo primum simul<br />

et Græco.<br />

3. E tu, ó homem. É uma regra <strong>de</strong> retórica evitar-se um reproche<br />

veemente até que a ofensa tenha sido provada. Paulo, pois, po<strong>de</strong> parecer<br />

a alguns ter agido impru<strong>de</strong>ntemente aqui, ao fazer tão severa censura<br />

antes <strong>de</strong> ter completado sua pretendida acusação. Entretanto, este não é<br />

o caso. Sua prova <strong>de</strong> que eram culpados <strong>de</strong> pecado era suficientemente<br />

conclusiva, visto que não os acusava diante dos homens, senão que os<br />

convencia pelo veredicto da consciência. Paulo claramente acreditava<br />

que provava o que pretendia, a saber: que se eles se examinassem e<br />

se submetessem ao escrutínio do juízo divino, não seriam capazes<br />

<strong>de</strong> negar sua iniqüida<strong>de</strong>. Não era urgentemente necessário a Paulo<br />

<strong>de</strong>nunciar sua fingida santida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma tão severa e incisiva, pois<br />

homens <strong>de</strong>sse gênero alimentam uma tremenda presunção, a não ser<br />

que sejam sacudidos em sua fútil confiança. Lembremo-nos, pois, <strong>de</strong><br />

que a melhor forma <strong>de</strong> superar a hipocrisia é evocar seus inebriantes<br />

efeitos e trazê-la à luz do juízo divino.<br />

Crês que escaparás ao juízo <strong>de</strong> Deus? O argumento do apóstolo proce<strong>de</strong><br />

do menor para o maior. Se nossos pecados se acham sujeitos ao juízo<br />

dos homens, muito mais estarão sujeitos ao juízo <strong>de</strong> Deus, que é o único<br />

verda<strong>de</strong>iro Juiz <strong>de</strong> todos. É verda<strong>de</strong> que os homens são guiados por um<br />

instinto divino a con<strong>de</strong>nar os feitos malignos, porém isso não passa <strong>de</strong><br />

uma tênue e obscura imagem do juízo divino. Aqueles que acreditam que<br />

escaparão ao juízo divino, ainda que não permitam que outros escapem<br />

a seu próprio juízo, são extremamente loucos. Paulo repete a palavra<br />

homem com o propósito <strong>de</strong> confrontar o homem com Deus.

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