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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 6 • 245<br />

em 2 Coríntios 4.10-18, a saber: o suportar a cruz, ação esta seguida<br />

<strong>de</strong> nossa participação [consortium] na vida eterna.<br />

8. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com<br />

ele viveremos. Seu único propósito em reiterar esta afirmação consiste<br />

em adicionar a <strong>de</strong>claração que vem em seguida, ou, seja: que<br />

havendo Cristo ressuscitado <strong>de</strong>ntre os mortos, já não morre. Com isso<br />

ele <strong>de</strong>seja ensinar-nos o <strong>de</strong>ver imposto aos cristãos <strong>de</strong> perseguirem<br />

esta nova forma <strong>de</strong> vida ao longo <strong>de</strong> toda sua vida. Se têm <strong>de</strong> levar<br />

em si a imagem <strong>de</strong> Cristo, seja por meio da mortificação da carne,<br />

seja por meio do viver no Espírito, esta mortificação da carne <strong>de</strong>ve<br />

ser concretizada <strong>de</strong> uma vez por todas, enquanto a vida no Espírito<br />

jamais <strong>de</strong>ve cessar. Isso não acontece, como já <strong>de</strong>claramos, porque<br />

nossa carne é mortificada em nós instantaneamente, mas porque<br />

não po<strong>de</strong>mos retroce<strong>de</strong>r <strong>de</strong> conduzi-la à <strong>de</strong>struição até a morte. Se<br />

porventura voltarmos a nossas próprias imundícies, então negamos a<br />

Cristo, pois a condição para termos comunhão com ele é tão-somente<br />

pelo caminho da novida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, assim como ele mesmo vive uma<br />

vida incorruptível.<br />

9. A morte não mais tem domínio sobre ele. Paulo parece dar a<br />

enten<strong>de</strong>r que a morte uma vez exerceu domínio sobre Cristo. E <strong>de</strong>veras,<br />

quando entregou-se à morte em nosso favor, em certa medida<br />

ele entregou-se e sujeitou-se a seu po<strong>de</strong>r, na condição, contudo, <strong>de</strong><br />

que era-lhe impossível ser <strong>de</strong>tido ou vencido pelas dores mortais<br />

ao ponto <strong>de</strong> sucumbir ou ser totalmente absorvido por ela [At 2.24].<br />

Portanto, ao submeter-se a seu domínio por um breve momento,<br />

ele a <strong>de</strong>struiu para sempre. Entretanto, traduzindo em termos mais<br />

simples, o domínio da morte é uma referência à condição voluntária<br />

da morte <strong>de</strong> Cristo, o qual expirou com a ressurreição <strong>de</strong>le [Cristo].<br />

O significado aponta para o fato <strong>de</strong> que Cristo, que agora comunica<br />

vida aos crentes por meio <strong>de</strong> seu Espírito, ou inspira sua própria<br />

vida neles por seu secreto po<strong>de</strong>r que promana do céu, ficou livre<br />

do domínio da morte quando ressuscitou <strong>de</strong>ntre os mortos, a fim<br />

<strong>de</strong> libertar todo seu povo <strong>de</strong>sse mesmo domínio.

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