27.05.2014 Views

Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

290 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

visto que subscrevem a justiça <strong>de</strong> Deus, ainda que são, por outro<br />

lado, completamente estranhos a ela. A pessoa piedosa, contudo,<br />

consente com a lei seriamente e com a maior solicitu<strong>de</strong>, porquanto<br />

o seu único <strong>de</strong>sejo é chegar ao céu. 24<br />

17. Neste caso, quem faz isto já não sou eu. Esta não é a súplica<br />

<strong>de</strong> uma pessoa que está a <strong>de</strong>sculpar-se, como se não fosse culpada,<br />

à semelhança <strong>de</strong> tantos vadios que acreditam que possuem uma<br />

<strong>de</strong>fesa justa com que cobrir seus atos <strong>de</strong> perversida<strong>de</strong>, ao atribuí-los<br />

à carne. Ao contrário, é uma <strong>de</strong>claração da extensão da <strong>de</strong>sarmonia<br />

existente entre suas inclinações espirituais e as <strong>de</strong> sua carne,<br />

porquanto os crentes são trazidos à obediência a Deus com um tal<br />

fervor <strong>de</strong> espírito que chegam a negar sua própria carne.<br />

Esta passagem é também uma prova clara <strong>de</strong> que Paulo está aqui<br />

abordando somente a pessoa que já foi alcançada pela regeneração.<br />

Enquanto o indivíduo conservar sua natureza não transformada,<br />

sendo sempre ele mesmo, <strong>de</strong>ve ser, com razão, consi<strong>de</strong>rado como<br />

corrupto. Porém, Paulo nega, aqui, que fosse completamente possuído<br />

pelo pecado; ele, <strong>de</strong> fato, se isenta da servidão ao pecado. Este<br />

permanece somente em uma parte <strong>de</strong> sua alma, quando se esforça em<br />

direção à justiça <strong>de</strong> Deus e aspira a<strong>de</strong>quar-se a ela <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o profundo<br />

<strong>de</strong> seu coração, dando prova que <strong>de</strong> fato a leva inscrita <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si. 25<br />

18. Porque eu sei que em mim, isto é,<br />

na minha carne, não habita bem nenhum:<br />

pois querer o bem está em<br />

mim, não, porém, o praticar.<br />

19. Porque não faço o bem que prefiro,<br />

mas o mal que não quero, esse faço.<br />

20. Mas, se eu faço o que não quero, já<br />

não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado<br />

que habita em mim.<br />

18. Novi enim quòd habitat 26 in me<br />

(hoc est, in carne mea) bonum:<br />

siqui<strong>de</strong>m velle a<strong>de</strong>st mihi, sed ut<br />

perficiam bonum non reperio.<br />

19. Non enim quod volo facio bonum;<br />

sed quod nolo malum, id ago.<br />

20. Si verò quod nolo ego id facio, non<br />

jam ego operor illud, sed quod habitat<br />

in me peccatum.<br />

24 “Eu consinto – consentio – συμφημι, eu digo com assentimento, concordo com, confirmo.”<br />

25 253 A última cláusula <strong>de</strong>ste versículo é digna <strong>de</strong> nota, como a expressão “pecado habitante”<br />

parece ter surgido das palavras ἠ οἰκουσα ἐν ἐμοὶ – “que habita em mim”. O pecado era<br />

nele como uma casa ou moradia; era um pecado em habitaçào, ou aquilo que é permanente<br />

ou resi<strong>de</strong>nte.<br />

26 Non habitat ... bonum – οὐκ οἰκει ... ἀγαθόν.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!