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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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54 • Comentário <strong>de</strong> <strong>Romanos</strong><br />

8. Antes <strong>de</strong> tudo, 18 sou grato a meu Deus. A introdução à presente<br />

passagem é a mais a<strong>de</strong>quada ao caso que Paulo queria apresentar,<br />

já que ele aproveita a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> prepará-los para receberem<br />

seu ensinamento por razões relacionadas com ele e com eles próprios.<br />

Seu argumento tinha por base o que sabia sobre eles. Assim evoca a<br />

notória fama da fé <strong>de</strong>les, insinuando que, se são honrados com a pública<br />

aprovação das igrejas, então não po<strong>de</strong>m rejeitar o apóstolo do<br />

Senhor sem frustrar o bom nome do qual <strong>de</strong>sfrutavam universalmente.<br />

Tal conduta seria uma <strong>de</strong>scortesia, e <strong>de</strong> certa forma uma violação da<br />

confiança. Como essa reputação [dos romanos] <strong>de</strong>ve, pois, com boas<br />

razões, ter induzido o apóstolo, que formara um conceito positivo<br />

acerca <strong>de</strong> sua obediência, a empreen<strong>de</strong>r o ensino e a instrução <strong>de</strong>les<br />

<strong>de</strong> acordo com seu ofício, assim se viram compelidos a não <strong>de</strong>s<strong>de</strong>nhar<br />

<strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong>. Ele os dispôs a assumirem uma atitu<strong>de</strong> receptiva <strong>de</strong><br />

acordo com um exame <strong>de</strong> seu próprio caráter, ao testificar sua sincera<br />

afeição para com eles. Não há nada mais eficaz em garantir a confiança<br />

num conselheiro do que a impressão que fica <strong>de</strong> que ele está sinceramente<br />

solícito por nós, e que se põe a investigar nossos interesses.<br />

É digno <strong>de</strong> nota, acima <strong>de</strong> tudo, o fato <strong>de</strong> que Paulo exalta a fé 19 <strong>de</strong>les,<br />

<strong>de</strong> tal maneira, que <strong>de</strong>ixa subentendido que a haviam recebido <strong>de</strong><br />

Deus mesmo. Daqui apren<strong>de</strong>mos que a fé é um dom <strong>de</strong> Deus. Se ação<br />

<strong>de</strong> graças é o reconhecimento <strong>de</strong> um benefício, todo aquele que agra<strong>de</strong>ce<br />

a Deus sua fé reconhece que ela é um dom [proveniente] <strong>de</strong>le. Ao<br />

<strong>de</strong>scobrirmos que o apóstolo sempre inicia suas congratulações com<br />

ação <strong>de</strong> graças, <strong>de</strong>scobrimos que a lição que nos é transmitida consiste<br />

em que todas nossas bênçãos são também dons divinos. Devemos<br />

igualmente habituar-nos a tais formas <strong>de</strong> expressão, e as mesmas nos<br />

<strong>de</strong>spertam sempre mais ar<strong>de</strong>ntemente a fim <strong>de</strong> reconhecermos a Deus<br />

18 “Aqui não significa o primeiro em questão <strong>de</strong> importância, mas o primeiro na or<strong>de</strong>m do<br />

tempo.” – Stuart. O mesmo autor pensa que μεν aqui tem seu correspon<strong>de</strong>nte δε no versículo<br />

13, Οὐ θέλω δέ ὑμα̑ς etc.<br />

19 “A fé é aqui expressa substituindo toda a religião, Fé é um dos elementos primordiais da<br />

religião, um <strong>de</strong> seus primeiros requisitos, e daí significar a própria religião.” – Barnes. Na<br />

verda<strong>de</strong> ela é o elemento principal, a base mesma da religião [Hb 11.6].

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