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Comentário de Romanos

Comentário de João Calvino no livro de Romanos.

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Capítulo 8 • 351<br />

diante do tribunal divino, mas que Deus mesmo vem antecipadamente<br />

em nosso socorro, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r munir-nos com uma confiança<br />

muito mais sólida.<br />

Entretanto, é preciso notar aqui o que temos afirmado sempre,<br />

ou seja: que, segundo Paulo, ser justificado significa ser consi<strong>de</strong>rado<br />

justo mediante a absolvição da sentença divina. Não é difícil provar<br />

isto na passagem em apreço, na qual Paulo argúi com base em uma<br />

só proposição com o fim <strong>de</strong> anular a proposição oposta. Absolver<br />

e acusar são opostos entre si. Portanto, Deus não permitirá qualquer<br />

acusação que se levante contra nós, visto que já nos absolveu<br />

<strong>de</strong> toda culpa. O Diabo, certamente, vive a acusar todos os santos<br />

[Ap 12.10]; e a lei <strong>de</strong> Deus, por sua própria natureza, bem como a<br />

própria consciência humana, igualmente nos reprovam. Todavia,<br />

nenhum <strong>de</strong>stes elementos tem qualquer influência sobre o Juiz que<br />

nos justifica. Nenhum adversário, pois, po<strong>de</strong> abalar, muito menos<br />

<strong>de</strong>struir, nossa salvação.<br />

Paulo igualmente faz referência a eles como eleitos, <strong>de</strong> maneira<br />

tal que remove qualquer dúvida <strong>de</strong> fazer ele parte <strong>de</strong> seu número.<br />

Ele não possuía tal conhecimento com base – como caluniam os<br />

sofistas – em uma salvação especial, e, sim, com base naquela percepção<br />

comum a todos os santos. Portanto, a afirmação, aqui, com<br />

referência ao eleito po<strong>de</strong>, segundo o exemplo <strong>de</strong> Paulo, ser aplicada<br />

por todos os santos a si mesmos. Também, tivesse ele sepultado a<br />

eleição no secreto conselho <strong>de</strong> Deus, e seria ela uma doutrina não<br />

apenas carente <strong>de</strong> calor, mas também sem vida. Porém, visto que<br />

Paulo, aqui, está <strong>de</strong>liberadamente introduzindo algo que todos os<br />

santos <strong>de</strong>vem aplicar a si próprios, não há dúvida <strong>de</strong> que todos<br />

nós somos levados a examinar nossa vocação, a fim <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rmos<br />

<strong>de</strong>terminar se <strong>de</strong> fato somos filhos <strong>de</strong> Deus.<br />

34. Quem os con<strong>de</strong>nará? Visto que ninguém terá êxito em sua<br />

acusação diante da absolvição do juiz, assim também qualquer con<strong>de</strong>nação<br />

não prevalecerá quando as leis são satisfeitas e a dívida,<br />

quitada. Cristo é aquele Único que sofreu o castigo que era nosso,

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